Estudo alerta para graves danos cerebrais causados pelo "ecstasy"

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Os investigadores alertam que os efeitos associados ao "ecstasy" poderão levar vários anos a aparecer Luís Forra/Lusa

As experiências realizadas em laboratório com saimiris e babuínos levaram os investigadores da Universidade Johns Hopkins a concluir que algumas doses de "ecstasy" podem causar lesões graves e irreversíveis, originando, a prazo, efeitos parecidos com os da doença de Parkinson.

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As experiências realizadas em laboratório com saimiris e babuínos levaram os investigadores da Universidade Johns Hopkins a concluir que algumas doses de "ecstasy" podem causar lesões graves e irreversíveis, originando, a prazo, efeitos parecidos com os da doença de Parkinson.

Se esta droga tiver o mesmo efeito no Homem do que o que teve nas cobaias utilizadas, os investigadores alertam que os efeitos neurotóxicos associados ao "ecstasy" poderão levar vários anos a aparecer após a tomada das pastilhas.

"A implicação mais preocupante das nossas conclusões é que os jovens adultos que tomem 'ecstasy' correm riscos acrescidos, à medida que envelhecem, de desenvolver um parkinsonismo, afecção similar à doença de Parkinson", afirmou George Ricaurte, neurologista da escola de medicina da Universidade Johns Hopkins.

"A ausência de efeitos prejudiciais imediatos e evidentes do 'ecstasy' é em parte responsável pela crença largamente difundida de que essa droga não apresenta perigos. Mas o público deve estar consciente de que a tomada de 'ecstasy', mesmo ocasional, pode danificar as células cerebrais e originar graves consequências", acrescentou.

O estudo, que foi divulgado na revista "Science", foi criticado pela Associação Multidisciplinar de Estudos Psicadélicos, um grupo que promove a utilização da MDMA, substância base do "ecstasy", da marijuana e de outras drogas.