Jaguar foi prémio por êxito da Amostra, diz Paulo Portas

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Esta é uma das respostas que o líder do CDS-PP e actual ministro da Defesa deu por escrito a um rol de 117 perguntas formuladas quer pelo colectivo de juízes do Tribunal de Monsanto, quer pelo Ministério Público, sobre matérias relacionadas com o caso Moderna.

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Esta é uma das respostas que o líder do CDS-PP e actual ministro da Defesa deu por escrito a um rol de 117 perguntas formuladas quer pelo colectivo de juízes do Tribunal de Monsanto, quer pelo Ministério Público, sobre matérias relacionadas com o caso Moderna.

As perguntas formuladas dizem respeito à criação e gestão da Amostra, a viagens custeadas pela universidade, a aquisições de participações sociais em empresas, compra de imóveis e alegado financiamento do congresso do CDS-PP em Braga, em 1998.

Quanto à atribuição do Jaguar como carro de serviço — pelo qual a universidade pagava mensalmente 1695 euros —, Portas alega que o veículo era "para uso funcional" e foi adquirido "depois do êxito alcançado pela Amostra/Centro de Sondagens da Universidade Moderna nas eleições autárquicas de 1997".

O líder do CDS-PP acrescenta que a aquisição foi feita "por sugestão da Dinensino", sendo o contrato de "leasing" assinado por si, enquanto gerente da Amostra.

Paulo Portas — que responde ao tribunal na condição de testemunha da acusação — afirma que usou o Jaguar "em menos de cinco mil quilómetros", já que teve um acidente em Janeiro de 1999.

Ao justificar a aquisição de um carro de serviço daquele valor com o êxito da empresa, Portas argumenta que, ao fim de doze meses de trabalho na Amostra (criada a 30 de Setembro de 1997), a Moderna dispunha de um centro de sondagens prestigiado e capaz de ocupar o lugar que pretendia na área dos estudos de opinião, "com as vantagens inerentes para os seus alunos de sociologia".

Sobre o seu trabalho na empresa de sondagens, onde permaneceu durante um ano, afirma ter sido a "tempo inteiro", acrescentando que quando foi eleito presidente do CDS-PP no congresso de Braga "entendeu que deveria deixar as funções que desempenhava, o que só considerou possível no termo do contrato [da Amostra] com o 'Diário de Notícias' e TSF, uma vez que este foi assinado com base na confiança pessoal".