Verão deste ano registou quatro mortes nas praias

Dados de Maio até ao final de Agosto revelam redução significativa no número de ocorrências fatais.

Foto
Apesar dos receios de riscos acrescidos, o Verão de 2014 tem registado poucas mortes nas praias Pedro Cunha/Arquivo

O Verão de 2014 está a caminho de se tornar naquele em que menos mortes foram registadas nas praias pelo menos desde 1999. Entre 1 de Maio e 31 de Agosto passado, quatro pessoas perderam a vida, contra 11 no mesmo período em 2013, segundo dados da Marinha Portuguesa.

Uma das mortes, de um homem de 86 anos, ocorreu numa praia vigiada – a de São Marinho, na Nazaré, no último domingo. A causa, segundo a Marinha, foi “morte súbita”.

Os outros três casos foram registados em praias não vigiadas. Na Costa da Caparica, um homem de 28 anos morreu afogado a 14 de Junho. A 16 de Agosto, uma mulher de 59 anos também se afogou na Praia do Cabeço, em Vila Real de Santo António. E a 22 de Agosto, morreu um homem de 41 anos, na Praia da Concha, na Nazaré, vítima de doença súbita.

Nenhum caso foi registado em praias fluviais – uma das principais preocupações do Instituto de Socorro a Náufragos (ISN) no início da época balnear. “Isto se deve a grandes campanhas que fizemos, bem como à actuação dos municípios”, afirma Nuno Leitão, porta-voz do ISN.

Outra das preocupações do ISN eram as alterações que os fortes temporais de Inverno fizeram no leito do mar junto às praias, e que poderiam ainda manter-se no Verão, representando um risco acrescido para os banhistas. Neste caso, o facto de vários órgãos de comunicação terem alertado para este perigo terá ajudado na sensibilização dos banhistas, que terão sido mais cuidadosos, segundo Nuno Leitão.

Com um Verão ameno, com Julho e Agosto mais frios do que o normal, o menor número de mortes poderia estar associado a uma frequência menor das praias, numa associação estatística: menos banhistas, menos acidentes. Mas Nuno Leitão afasta este cenário, dizendo que um Verão anómalo pode ao contrário induzir comportamentos de maior risco. “As pessoas ficam ávidas de praia e, logo que há uma brecha de calor, abusam”, afirma.

O número de mortes nas praias tem vindo a cair na última década e meia, com algumas oscilações. O valor máximo – 31 mortes – é de 2002. Entre 1999 e 2013, o valor mínimo tinha sido de dez mortes, em 2012. As estatísticas deste ano estão, por ora, ainda mais abaixo.

Faltando ainda um mês para o fim da época balnear e o ISN não quer deitar foguetes sobre os resultados até agora. “O nosso objectivo é que haja zero mortes nas praias”, acrescenta Nuno Leitão.

Sugerir correcção
Comentar