Estudo inglês encontrou tóxicos perigosos em acessórios de pulseiras de elásticos

Em Portugal, a Deco diz não ter feito ainda nenhum estudo para analisar este tipo de produto e a ASAE não recebeu denúncias.

Um tipo de acessório das populares pulseiras de elásticos usadas por crianças foi retirado do mercado britânico depois de uma investigação oficial ter revelado que continham níveis muito superiores aos permitidos por lei de um químico cancerígeno, noticiou a imprensa britânica. O maior retalhista de brinquedos do Reino Unido, RMS International, foi obrigado a retirar estes acessórios das lojas – uma espécie de berloques de plástico que são a última moda nas pulseiras de elásticos coloridos feitas por crianças em todo o mundo.

A investigação, relatada por exemplo pelo jornal Telegraph, mostra que num único acessório analisado encontraram 40% de ftalato, um químico utilizado como aditivo para deixar o plástico mais maleável. A legislação da União Europeia permite o uso de apenas até 0,1% daquele material, menos se for aplicado em materiais que podem ser levados à boca.  Os pacotes analisados e posteriormente retirados do mercado eram de origem oriental, mas continham na embalagem uma indicação de segurança em conformidade com as regras da União Europeia.

O teste foi feito apenas àquelas embalagens, no entanto, "por precaução" o retalhista retirou todos os pacotes que disponibiliza do mercado. "Todos os clientes poderão pedir um reembolso ou trocar por outro produto", adiantou ainda o grupo, que assegura que o problema é exclusivo dos chamados loom charms, não afectando os elásticos com os quais as crianças fazem pulseiras. "Os elásticos são absolutamente seguros", garante a RMS International.

A Deco (Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor) respondeu ao PÚBLICO que a Comissão Europeia não emitiu qualquer tipo de alerta ao produto e que não fizeram ainda qualquer teste a estes acessórios. A ASAE, autoridade administrativa nacional especializada no âmbito da segurança alimentar e da fiscalização económica, disse ao jornal Expresso que "não foi recepcionada até à data, nesta autoridade, qualquer denúncia sobre a eventual existência destas substâncias químicas nestes brinquedos, nem foi colocada qualquer notificação no sistema comunitário de troca rápida de informações", recomendando que no acto de compra os pais verifiquem se os produtos têm a marcação CE. Fonte oficial da Associação de Defesa do Consumidor (DECO) também disse àquele jornal que não  recebeu qualquer queixa, adiantando que não teve qualquer indicação por parte da União Europeia de que os produtos devam ser retirados do mercado.

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