ERC vai ouvir "toda a gente" no caso das imagens da manifestação de 14 de Novembro

O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social diz que as averiguações "vão começar do zero"

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Carlos Magno diz que a sua preocupação é "defender o poder editorial" Daniel Rocha

Carlos Magno falou hoje aos jornalistas após um encontro de pouco mais de uma hora com o presidente da RTP, Alberto da Ponte, que lhe apresentou o resumo do inquérito interno da estação, o qual concluiu que o ex-director de Informação, Nuno Santos, autorizou a PSP a ver as imagens dos incidentes frente ao Parlamento, no dia da greve geral, a 14 de Novembro.

Esta tarde, Nuno Santos reagiu, classificando de "grave e infundada" as conclusões do inquérito interno. Mas explicou que guarda para amanhã uma "posição detalhada".

Carlos Magno adiantou que a ERC iniciou desde a semana passada a recolha de informação e espera que o inquérito arranque oficialmente na próxima terça-feira. Questionado sobre quanto tempo irá durar, Carlos Magno afirmou: "Espero que seja rápido, queremos ouvir toda a gente, dentro da RTP e, eventualmente, também fora da RTP."

Sobre se também pretende ouvir a PSP, o presidente da ERC admitiu essa possibilidade. "Não excluímos ninguém, vamos ouvir toda a gente e partir do zero."

Carlos Magno adiantou que, no encontro com o presidente da RTP, teve acesso ao resumo do inquérito interno. "A minha preocupação é defender o poder editorial", sublinhou. E disse que um outro membro da ERC, Luísa Roseira, descobriu um parecer pedido pela Alta Autoridade para a Comunicação Social, em 1995, à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma matéria semelhante. Segundo o presidente da ERC, o parecer surgiu de um pedido da TVI.

Magno considerou ainda que se deve debater o destino dos materiais de arquivo ou brutos de imagens, salientando que as imagens são tratadas pelas direcções de informação.A administração, disse, "tem um poder de veto, mas não de voto", ou seja, pode recusar fornecer imagens, mas não deliberar se cede as mesmas ou não.