Piloto da aeronave civil interceptada pela Força Aérea no Algarve está a monte

Foto
O homem conseguiu escapar depois de aterrar na pista de terra batida do aeródromo da Praia Verde Carlos Lopes (arquivo)

O piloto da avioneta forçada hoje a aterrar no Algarve por uma das aeronaves de combate F-16 da Força Aérea Portuguesa conseguiu escapar. A GNR cercou e evacuou o local e tenta localizar o homem com recurso a cães. Contudo, o PÚBLICO verificou que na zona – um descampado por onde passa um pântano – não há sinal de operações em curso e qualquer pessoa pode ter acesso ao avião abandonado.

De acordo com uma fonte militar citada pela Lusa, a aeronave civil foi interceptada por se “desconfiar que transportava droga” e obrigada pela Força Aérea Portuguesa (FAP) a aterrar no aeródromo da Praia Verde, no sotavento algarvio. Segundo o PÚBLICO apurou junto de fonte da PJ, “a aeronave entrou no espaço aéreo nacional sem ter previamente pedido de autorização para o efeito e sem ter apresentado plano de voo”. A Polícia Judiciária terá feito buscas no avião mas nenhum produto ilícito foi encontrado, referiu a mesma fonte.

Apesar disso, sabe-se que foram as autoridades espanholas, acostumadas a esta forma de transportar droga, a dar o alerta para a situação e que o indivíduo, vindo de Marrocos, teria apoio em terra à sua espera. A cerca de dois quilómetros do local passa uma estrada principal para onde é provável que o suspeito se tenha dirigido.

A FAP agiu na sequência de um alerta dado pelas autoridades espanholas, no âmbito da Defesa Aérea Integrada para a Europa da NATO. Segundo o Sistema de Defesa Aérea Espanhol, Portugal teria no seu território uma situação suspeita com uma aeronave civil que “teria vindo do Norte de África e, após ter evoluído em espaço aéreo espanhol, dirigia-se para o espaço aéreo português, estando a ser acompanhada por aviões de combate – Eurofighters – espanhóis”, lê-se num comunicado na Força Aérea Portuguesa.

De acordo com a mesma nota, a aeronave foi seguida por radares espanhóis e portugueses e, quando entrou em território nacional, a FAP “activou as aeronaves de combate F-16, que estão de alerta permanente na Base Aérea de Monte Real” e que forçaram os suspeitos a aterrar no aeródromo da Praia Verde, perto de Monte Gordo.

Segundo o tenente-coronel Paulo Gonçalves, citado pela Lusa, a avioneta entrou primeiro em espaço aéreo espanhol, tendo "manobrado naquele território", e depois dirigiu-se para Portugal, altura em que o alerta foi enviado. Após a aterragem da aeronave na pista de terra batida do aeródromo da Praia Verde, com cerca de 730 metros de comprimento, o piloto da avioneta fugiu do aparelho, tendo levado as autoridades a cercar aquela região.

Notícia actualizada às 18h13
Sugerir correcção
Comentar