Os Verdes querem cantinas públicas com 60 por cento de produtos nacionais

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Heloísa Apolónia criticou o novo imposto anunciado por Passos Coelho Carlos Lopes/arquivo

Na próxima semana, o partido ecologista Os Verdes vai apresentar um projecto de lei para que todas as cantinas públicas tenham 60 por cento de produtos alimentares nacionais.

No final do conselho nacional, que hoje termina em Santa Maria da Feira, a deputada Heloísa Apolónia sustentou que o país tem de apostar na dinamização da produção nacional. “É uma forma de ajudar a escoar a produção dos pequenos produtores locais”, referiu.

Além disso, Os Verdes vão insistir na introdução de quotas nas grandes superfícies comerciais para a obrigatoriedade de terem produtos nacionais. O partido não desiste desta ideia que na anterior legislatura teve os votos contra do PS, PSD e CDS-PP.

“Reivindicamos um caminho inverso, para pôr este país a mexer, a gerar riqueza, para depender menos do exterior”, defendeu a deputada. Neste momento, o partido tem na rua a campanha Produzir Local, Consumir Local em outdoors e dentro de duas semanas terá duas equipas, a norte e a sul, para um contacto directo com mercados, superfícies comerciais e escolas.

O programa do novo Governo esteve também em análise no conselho nacional. Heloísa Apolónia fala de uma “grande ofensiva que está a ser trilhada no nosso país” e considera um “saque” o imposto adicional de 50 por cento do subsídio de Natal para os trabalhadores que ganhem acima do salário mínimo nacional.

“É um imposto extremamente gravoso que vai contribuir para dar mais uma machadada no poder de compra dos portugueses”. Os Verdes querem perceber quais os rendimentos que ficarão de fora desse corte para mais uma tomada de posição. “Iremos denunciar aos portugueses o que tiver de ser denunciado”, prometeu. E acrescentou: “Gerar injustiças é também furtar mais àqueles que menos podem”.

Os Verdes estão, por outro lado, a preparar um requerimento no sentido de questionar o Governo sobre o eventual encerramento da ligação ferroviária entre Porto e Vigo. “Será uma medida que terá repercussões muito negativas sobretudo na região de Viana do Castelo, que está a sofrer machadadas incompreensíveis”, disse, exemplificando com a questão dos estaleiros da cidade.

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