Os escândalos que fizeram os ministros sair antes de tempo

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Suspeita de irregularidades financeiras levaram Isaltino Morais a aabdonar o elenco governativo de Durão Barroso João Relvas/Lusa

A demissão do ministro Isaltino Morais foi a primeira baixa no Governo PSD/CDS-PP provocada por suspeita de irregularidades financeiras, uma situação que nos últimos anos obrigou vários governantes a saírem dos cargos antes do tempo.

O imposto de sisa e o semanário "Independente" foram autênticos "tomba-ministros": Miguel Cadilhe, responsável pelas Finanças entre 1985 e 1990, saiu do Governo após a polémica da compra de um andar nas Amoreiras, alegadamente sem pagar sisa, denunciado pelo jornal, que repetiria a mesma acusação a Braga de Macedo, saído da pasta das Finanças em 1993, e que ganharia depois um processo contra o semanário.

Acusações de fuga ao pagamento da sisa levaram também à saída de Murteira Nabo da pasta do Equipamento, em 1995, 15 dias depois de tomar posse, e fizeram cair António Vitorino, "número dois" de António Guterres, em Novembro de 1997.

Em 2000, o ministro do Desporto e Juventude, Armando Vara, demitiu-se por causa do escândalo da Fundação para a Prevenção e Segurança, criada por Vara quando era secretário de Estado da Administração Interna.

Leonor Beleza, hoje regressada à vida política como deputada, andou anos a contas com acusações no caso da contaminação de hemofílicos com sangue infectado com o vírus da sida e por irregularidades Hospital São Francisco Xavier, que a fizeram sair do Governo de Cavaco Silva em Janeiro de 1990.

Para a queda de Arlindo Carvalho, sucessor de Leonor Beleza no Ministério da Saúde, contribuiu outro escândalo hospitalar, que levou à morte de 22 doentes com insuficiência renal do Hospital de Évora, intoxicados por alumínio no serviço de hemodiálise.

O ministro da Defesa Veiga Simão demitiu-se em Maio de 1999, horas depois de vários jornais terem informado que circulava pela Assembleia da República uma lista com os nomes e vencimentos dos agentes secretos portugueses.

À conta do mesmo escândalo, o ministro do Ambiente Carlos Borrego também assinou a sua saída do Governo ao tentar fazer humor com a morte dos hemodialisados.

O ministro do Equipamento Social Jorge Coelho caiu a 6 de Março de 2001, poucas horas depois do desabamento da ponte de Entre-os- Rios, que matou dezenas de pessoas que viajavam num autocarro. "A culpa não pode morrer solteira" foi a frase que marcou a demissão do homem forte do Executivo de António Guterres.

Walter Rosa, ministro da Indústria do I Governo Constitucional pediu a demissão depois de saber que o seu filho tinha sido preso por assalto.

Francisco Sousa Tavares, ministro da Qualidade de Vida do IX Governo, demitiu-se por se ver envolvido no "Caso Dopa", relativo a câmbio de moeda estrangeira.

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