Morais Sarmento relutante quanto a eleições directas no PSD

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Morais Sarmento: "Eu não votarei, não concordarei com isso" André Kosters/Lusa (arquivo)

O social-democrata Nuno Morais Sarmento disse hoje que as eleições "directas" no PSD não vão resolver qualquer "problema de fundo" e aconselhou o partido a "fazer política", em vez de discutir lideranças e estatutos.

"Acho provável que as directas vinguem, porque é uma questão politicamente na moda e politicamente correcta, mas tenho as maiores dúvidas que contribuam para melhorar a participação dentro do PSD e o interface entre o PSD e a sociedade portuguesa", referiu.

Morais Sarmento, que falava em Viana do Castelo numa reunião de militantes do distrito, sublinhou que as directas "não resolvem nenhum dos problemas de fundo" do PSD.

"Ficam todos na mesma, com ou sem directas", garantiu.

Quanto à disponibilidade de Luís Filipe Menezes avançar para a liderança do partido depois de aprovadas as eleições directas, Sarmento referiu que esse "é um problema daqueles que votarem nas directas".

"Eu não votarei, não concordarei com isso", disse.

Miguel Macedo: “é uma passo que faz sentido dar”

Na reunião de militantes participou também o secretário-geral do PSD, Miguel Macedo, que sublinhou que a eleição directa do líder "é um passo que faz sentido dar".

Quanto ao eventual avanço de Luís Filipe Menezes ou de Marco António Costa para a liderança do PSD, depois de aprovadas as directas, Miguel Macedo afirmou: "Essa questão não é minha. Quem está na política e num partido democrático como o PSD, não pode ter receio do debate interno. Em política, como noutras coisas, quem tem medo compra um cão".

O secretário-geral do PSD escusou-se a comentar as recentes demissões de Pedro Passos Coelho e de Vasco Rato da Comissão Política Nacional do partido.

"Não faço nenhum comentário público sobre essa matéria", referiu.

O presidente da distrital de Viana do Castelo do PSD, anfitrião da reunião, manifestou-se contra as directas e convicto de que elas não vão vingar.

"A democracia representativa sempre permitiu escolher em liberdade os melhores", disse José Eduardo Martins, sublinhando que "nunca Cavaco Silva teria sido presidente do PSD" se o método de escolha tivesse sido a eleição directa.

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