Jardim admite a independência como "quarto caminho" para a Madeira

Plano e Orçamento da região para 2013 aprovados com os votos a favor do PSD e contra de toda a oposição.

Foto
Jardim acusou o Governo de ser "anti-autonomista" Pedro Cunha

A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou esta quinta-feira, na generalidade, com os votos a favor do PSD e contra de toda a oposição, as propostas do Plano de Investimentos e Orçamento da região para 2013.

No discurso de encerramento, o presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, admitiu que a independência é “um quarto caminho” para a Madeira, caso a região não seja dotada de maior autonomia, designadamente de âmbito fiscal, e de um novo regime de isenções fiscais para a sua zona franca.

“Não há que ter medo, a História faz-se com ousadia”, frisou o chefe do Governo no apelo à mobilização dos madeirenses feito no final da sua intervenção de quase duas horas.

No discurso, Jardim acusou o executivo “anti-autonomista” de Passos Coelho de “roubar a sobretaxa do IRS” à Madeira. Adiantou, no entanto, que não vai tomar qualquer posição drástica porque o primeiro-ministro “tem a faca e o queijo na mão” e ameaça suspender as transferências previstas no Programa de Ajustamento Económico e Financeiro.

“No dia que rompesse com o Governo da República, ia faltar dinheiro para as empresas; a saúde ia entrar em rompimento”, admitiu. Embora não tenha “medo de fazê-lo”, Jardim adianta que vai “conduzir este processo sem cair em escorregadelas”, para a região “não entrar na bancarrota e então vir esse 'Governo de salvação regional', tipo União Nacional”, proposto pelo CDS/PP.

Jardim voltou a insistir na necessidade de uma revisão constitucional para desenvolver o país. “Gostaria de ser uma mosca e estar na sala onde se reúne a troika e ver como os responsáveis portugueses explicam aos capatazes da troika como é que vão fazer reformas estruturais sem mexer na Constituição”, afirmou o líder madeirense que disse opor-se à revisão da Lei de Finanças das Regiões Autónomas de 2010.

Sugerir correcção
Comentar