Diogo Feio defendeu que eurodeputados deviam estar dez anos em Bruxelas

O eurodeputado, que agora ficou fora das listas ao Parlamento Europeu, fez um discurso emotivo no Conselho Nacional do CDS.

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Diogo Feio ficou fora das listas Pedro Maia

O eurodeputado do CDS Diogo Feio, que ficou fora da lista da coligação Aliança Portugal para as europeias, defendeu que os eurodeputados deviam cumprir dois mandatos, ou seja, 10 anos. A morosidade da adaptação ao Parlamento Europeu foi a justificação dada pelo vice-presidente aos conselheiros nacionais do CDS numa intervenção que mereceu o aplauso de pé.

O democrata-cristão interveio na reunião do Conselho Nacional do CDS de quarta-feira à noite, em que Paulo Portas surpreendeu o partido ao revelar que a candidata para o oitavo lugar é Ana Clara Birrento, presidente do centro de Segurança Social de Setúbal, que é militante do partido mas não é dirigente nacional.

Diogo Feio era o nome que estava apontado para ser o segundo candidato do CDS, mas as negociações com o PSD acabaram por ditar o compromisso de Portas indicar uma mulher para ocupar a oitava posição na lista.

Num discurso emotivo, Diogo Feio assegurou que a sua exclusão não se deveu a uma questão de lugares na lista. Segundo relatos feitos ao PÚBLICO, o eurodeputado disse que não se sentiria bem se fosse em nono lugar (de arriscada eleição) se soubesse que o CDS podia ter a oitava posição e assim eleger dois eurodeputados, o que permite constituir um grupo autónomo no Parlamento Europeu. O discurso, em que Diogo Feio fez um balanço de cinco anos de mandato, suscitou aplausos de pé dos conselheiros nacionais.

Mesmo o Movimento Alternativa e Responsabilidade (MAR), corrente interna crítica da direcção, gostou de ouvir Diogo Feio e assumiu que respeita a decisão do partido, ratificada no congresso do CDS, de formar uma coligação com o PSD para as eleições europeias. 

O MAR tinha defendido que o CDS deveria concorrer sozinho às eleições de 25 de Maio, mesmo depois de Portas se ter comprometido com uma coligação. Quanto à candidata apresentada, os críticos da direcção de Portas veem esta escolha com bons olhos, por representar uma abertura do partido a pessoas de fora do círculo da liderança.  

Ana Clara Birrento foi apresentada aos jornalistas pelo próprio Paulo Portas, no final do Conselho Nacional, como ocupando um lugar “seguramente elegível” e como uma “voz social cristã” e com “testemunho a ajudar os mais pobres” no Parlamento Europeu. 
 

  

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