Carvalho da Silva diz que não vai criar movimento

Ex-líder da CGTP integra subscritores de manifesto para a unidade de esquerda a ser apresentado esta semana.

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Carvalho da Silva é uma das personalidades envolvidas na elaboração do documento Nuno Ferreira Santos

Manuel Carvalho da Silva negou neste sábado, em declarações à agência Lusa, estar a participar na dinamização de um movimento unitário que congregue forças e apoios políticos e que poderá vir a constituir uma força eleitoral nas próximas eleições europeias de Maio.

“Não criei nem tenciono criar nenhum movimento”, disse o ex-líder da CGTP, reagindo à notícia do PÚBLICO sobre o seu envolvimento no lançamento de um manifesto cuja divulgação está prevista para a semana e que tem como objectivo originar um movimento de unidade de esquerda.

De acordo com as informações obtidas pelo PÚBLICO, Carvalho da Silva é uma das personalidades que está envolvida na elaboração deste documento e deverá ser um dos seus subscritores.

Como o PÚBLICO noticiou neste sábado, está em elaboração um manifesto que deverá ser divulgado para a semana e que está em fase de recolha de subscritores, que irá tentar servir de documento aglutinador de um movimento unitário que junte o Bloco de Esquerda, o novo Partido LIVRE e personalidades independentes, entre elas ex-dirigentes do PCP.

O próprio manifesto indica, segundo as informações recolhidas pelo PÚBLICO, que o esforço unitário deverá já concretizar-se nas eleições para o Parlamento Europeu, através de uma lista unitária. Ainda de acordo com as mesmas informações, Manuel Carvalho da Silva poderia ser o nome a encabeçar essa lista.

A ideia dos promotores deste manifesto, grupo de que Carvalho da Silva faz parte, é alterar a correlação de forças à esquerda e a situação de bloqueio de entendimentos que se vive entre os partidos existentes: PS, PCP e BE. Aproveitando também o facto de estar em formação um novo partido, o LIVRE.

O objectivo último seria criar condições que levassem a potenciar um Governo de esquerda nas próximas legislativas, ou seja, criar condições para influenciar a direcção do PS nas opções de um futuro governo, caso ganhe as eleições.

Intitulado Pela Dignidade, pela Democracia e pelo Desenvolvimento: Defender Portugal, o manifesto resulta de encontros prévios que envolveram já membros do grupo dinamizador do LIVRE, dirigentes do BE e personalidades independentes e conterá os limites e as obrigações de um futuro programa político de acção governativa.

Entre esses pressupostos programáticos está a ideia de que deve ser rejeitada a política de austeridade da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional, sendo mesmo sustentado que ela é um risco para a democracia.

Outras ideias que surgirão no manifesto são o respeito pela Constituição, a defesa dos direitos dos cidadãos, a renegociação da dívida, a garantia dos direitos laborais, o aumento do salário mínimo e a negociação colectiva, o aumento da redistribuição da riqueza, a reforma do sistema fiscal e a defesa do Estado Social e do Ensino, Saúde e Segurança Social públicas.

 
 
 
 

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