Venezuela

As ruas de Venezuela: desertas, bloqueadas e a arder

Lusa/Miguel Gutierrez
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Esta quinta-feira, várias ruas venezuelanas ficaram desertas e as estradas foram bloqueadas com barreiras improvisadas — feitas de lixo, mobília e árvores arrancadas do passeio — para impedir a passagem de viaturas. Desta vez, a maioria dos opositores do regime de Nicolás Maduro não saiu à rua para demonstrar o seu descontentamento, mas ficou em casa, aderindo à greve nacional convocada para exigir eleições presidenciais e o abandono do plano para um novo congresso que, temem, possa vir a instituir uma ditadura.

"Todos devemos dar o nosso melhor para nos livrarmos deste tirano", afirmou Miguel Lopez, de 17 anos, enquanto bloqueava uma estrada sem movimento. No escudo feito à mão que o jovem segurava lia-se a frase: "Não à ditadura!". De acordo com José Luis Machin, líder da oposição da cidade de Barinas, "a greve foi "um sucesso total", com 98% das empresas fechadas e 94% dos transportes públicos parados.

No entanto, nos bairros mais pobres de Caracas, as ruas e as lojas mantiveram-se abertas e movimentadas. "Ao convocar este tipo de greve e ao colocar este tipo de barreiras nas estradas, nós é que somos afectados", explicou Juse Suzarra, engenheiro ambiental. "Para nos deslocarmos para o trabalho, ou para o médico, ou para comprar comida, temos que caminhar imenso por entre barreiras para chegar até ao nosso destino. As pessoas é que estão a ser afectadas, não o governo".

De acordo com a agência Reuters, os representantes dos 2,8 milhões de funcionários públicos da Venezuela afirmaram que as empresas públicas e os serviços ministeriais permaneceram abertos. "Estou em greve no meu coração", disse um engenheiro de 51 anos enquanto esperava pelo transporte providenciado pela empresa em Sidor, no sul do estado de Bolívar. "Se não aparecermos, eles despedem-nos".

Além de uma eleição presidencial, a Venezuela anti-Maduro exige também a libertação de mais de 400 activistas presos, autonomia para a legislatura e apoio humanitário estrangeiro.

Reuters/CARLOS GARCIA RAWLINS
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Lusa/Miguel Gutierrez
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"Não há paz quando existe fome", lê-se no muro
"Não há paz quando existe fome", lê-se no muro Reuters/MARCO BELLO
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