Jogos Olímpicos
Que preço pagou o Rio de Janeiro pelo Mundial e pelos Olímpicos?
O prémio de fotojornalismo Estação Imagem foi entregue este ano a João Pina pela reportagem Rio de Janeiro – Preço pelos eventos desportivos. O trabalho mostra as consequências negativas que os grandes eventos desportivos, como o Mundial de Futebol de 2014 ou os Jogos Olímpicos de 2016, acabam muitas vezes por ter para as cidades que os acolhem, e faz parte um projecto mais abrangente que, segundo o fotógrafo, vai estar na base do seu próximo livro.
A reportagem agora premiada inicia-se nas vésperas do Mundial de Futebol de 2014 e prolonga-se até aos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. “Acompanhei o Mundial, mas não fotografei jogos nenhuns, só o que estava a acontecer na cidade, os desalojamentos, a violência urbana que foi aumentando, a famosa ‘pacificação’ de alguns lugares”, explica o fotógrafo. Um cenário que, agravado por “um terramoto económico e político, mergulhou a cidade numa crise gigantesca: os polícias não são pagos, os professores não são pagos, e o estádio do Maracanã, onde se investiram 500 milhões de dólares, está abandonado”. Sublinhando que as suas imagens “não pretendem dar respostas, mas fazer perguntas”, João Pina diz que o seu trabalho pretende questionar o preço pago pelas cidades que recebem grandes eventos desportivos. “O que se passou no Rio não é novidade, Montreal e Atenas também tiveram problemas depois dos Jogos Olímpicos”.
Esta foi a oitava edição do prémio e a decisão final foi da responsabilidade de um júri internacional, presidido pelo director de fotografia da agência France Presse, Francis Kohn.