A Grande Guerra que Portugal quis esquecer

Abdel Carlos John junto ao túmulo de um soldado alemão cuja cúpula, garante, foi derrubada por um elefante Manuel Roberto
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Abdel Carlos John junto ao túmulo de um soldado alemão cuja cúpula, garante, foi derrubada por um elefante Manuel Roberto

Na Grande Guerra de 1914-18, o exército português sofreu a sua maior derrota em África desde Alcácer Quibir. No Norte de Moçambique morreram mais soldados portugueses do que na Flandres. Não tanto pela razia das balas alemãs. Mais pela fome, pela sede, pela doença e pela incúria. Minada pela vergonha, a I Guerra em Moçambique acabou votada ao esquecimento. Não tinha lugar numa nação que até 1974 sonhava com um império ultramarino. Numa viagem de mais de 2500 quilómetros, o PÚBLICO foi à procura dessa guerra sem rosto. Os cemitérios dos soldados foram profanados ou são lixeiras, mas o milagre da tradição oral conservou as suas memórias até hoje.

Ponte da Unidade que liga Moçambique à Tanzânia
Ponte da Unidade que liga Moçambique à Tanzânia Manuel Roberto
Ponte da Unidade que liga Moçambique à Tanzânia
Ponte da Unidade que liga Moçambique à Tanzânia Manuel Roberto
Pormenor da placa de monumento em Namoto com a inscrição: “As ossadas dos combatentes que aqui se encontravam foram removidas em 1956 para o Ossário de Mocímboa da Praia inaugurado aquando da visita a Palma de Sua Excia o Presidente da República General Francisco Craveiro Lopes”
Pormenor da placa de monumento em Namoto com a inscrição: “As ossadas dos combatentes que aqui se encontravam foram removidas em 1956 para o Ossário de Mocímboa da Praia inaugurado aquando da visita a Palma de Sua Excia o Presidente da República General Francisco Craveiro Lopes” Manuel Roberto
Mulher transporta na cabeça utensílios domésticos nas margens do rio Rovuma em Negomano, Cabo Delgado
Mulher transporta na cabeça utensílios domésticos nas margens do rio Rovuma em Negomano, Cabo Delgado Manuel Roberto
Velho forte alemão de Nevala, na Tanzânia, que os portugueses ocuparam durante um mês
Velho forte alemão de Nevala, na Tanzânia, que os portugueses ocuparam durante um mês Manuel Roberto