Terminal de Cruzeiros de Leixões só é inaugurado no próximo ano

Porto de Leixões poderá ultrapassar em 2015 a fasquia dos 100 mil passageiros. Obras estão quase concluídas e incubadora de empresas da Reitoria já está instalada em Leça da Palmeira

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A ponte de Leixões é a quarta maior ponte basculante do mundo Nelson Garrido

Depois de ter invertido a sua vocação, e passar de um porto importador para um porto exportador, Leixões deverá em 2015 celebrar um marco histórico na sua história de movimentação de passageiros, ao assinalar a passagem do marco de 100 mil. Neste momento já estão previstos 74 navios de grande porte, faltando ainda contabilizar os de menor dimensão. Depois de neste mês de Setembro, o Porto de Leixões ter batido todos os recordes, e ter recebido 20 escalas, ultrapassando mesmo o ano de 2012, em que acostaram 70 navios de passageiros em Leixões, as melhores expectativas estão agora depositadas para 2015, altura em que a Estação de Passageiros, estrutura curvilínea projectada pelo arquitecto Luís Pedro Silva visível desde há muito junto ao molhe sul do Porto, estará concluída.

“Está tudo a correr dentro do previsto, e a obra estará concluída em Novembro, dentro do último prazo que nos foi dado. Também o investimento que estava previsto [25 milhões de euros] é o que tem vindo a ser cumprido”, esclareceu, quando questionado pelo PÚBLICO acerca das expectativas existentes de ver a estação de passageiros concluída ainda este ano. 

“Depois das obras é preciso fazer ensaios, dar formação, fazer regulamentos e até fazer testes com navios cruzeiros, operacionalizar todos os equipamentos”, argumentou Brogueira Dias, dizendo que em relação à Universidade do Porto, que vai instalar em Leixões o seu Parque de Ciências e Tecnologias do Mar também se encontram na fase de “lavar dos cestos”. “Estamos a concluir o contrato final que vai reger o funcionamento da Universidade do Porto [no usufruto das instalações] articulado com o próprio funcionamento do Porto de Leixões”, esclareceu. Contactada pelo PÚBLICO, a Reitoria através do seu porta-voz confirmou que não havia pressa em fazer coincidir essa instalação com o arranque do ano lectivo, já que estamos a falar de áreas de investigação e não propriamente de áreas lectivas. Entretanto, o núcleo empresarial deste Pólo do Mar já está a funcionar numa incubadora de empresas instalada no antigo edifício da Sanidade Marítima, em Leça da Palmeira, e que conta com nove start-ups.

Uma espécie de Dia do Porto "todos os dias"
Quando estiver concluído o edifício da estação de Passageiros, assim como ultimado o novo porto de recreio náutico para 170 embarcações, a cidade de Matosinhos e toda a região vão beneficiar de uma nova área urbanística para usufruto público. “Será preciso reformular a rede viária do próprio Porto, para que tudo possa funcionar. Mas a cidade vai ter ali um eixo de ligação, com impacto em Matosinhos sul. É uma espécie de oferta à cidade, ou, então, uma forma do Dia do Porto de Leixões (que decorreu este sábado, dia 20) ser todos os dias, já que o porto estará sempre acessível em termos de visibilidade, e de utilização das suas infra-estruturas”. 

Para o presidente da APDL-Administração do Porto de Leixões, esta festa é uma forma de mostrar que o Porto nada tem a esconder e que se preocupa com os impactos que provoca na sua envolvente. A iniciatova, realizada há quatro anos consecutivos, inclui concertos, visitas guiadas, atribuição de prémios, insufláveis e animação. No ano passado trouxe mais de 15 mil visitantes ao Porto. Este ano, pela primeira vez, uma Corrida dentro do próprio Porto. 


Impacto de 11 milhões
De acordo com o estudo de viabilidade do projecto do novo terminal de Cruzeiros foram feitas previsões até 2018, assentes em 111 escalas de navios para contabilizar cerca de 126.500 passageiros. Nesses cálculos, o crescimento do número de navios, de passageiros e tripulações que visitariam a região trariam um impacto de 11 milhões de euros anuais ao nível da restauração, transportes, compras e lazer. Isto porque, com o novo terminal, o porto de Leixões oferece aos operadores a possibilidade do chamado turnaround, permitindo que os navios iniciem ou terminem a sua operação em Leixões, o que fará com que os turistas fiquem mais tempo na região, a consumir.

Para além do impacto trazido pelos turistas, Brogueira Dias também espera que a economia nacional continue a justificar os planos de duplicar a capacidade do terminal de contentores até 2020. Certa, para já, é a intenção de aumentar a capacidade em 30 por cento dentro de dois a três anos. Em 2013, Leixões movimentou 6296 toneladas de carga contentorizada.

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