Retoma de obras no IP8 e IP2 só em 2019

Autarcas, empresários e organismos ligados à promoção turística manifestaram-se contra a degradação das principais vias no interior baixo alentejano

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Pedro Cunha

A comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal), o Núcleo Empresarial da Região de Beja (Nerbe) e a Entidade Regional de Turismo Alentejo/Ribatejo (ERT) organizaram esta manhã uma acção de protesto contra o sistemático protelamento das obras de construção do IP8 e IP2, cujas consequências se manifestam na perigosidade de circular nestas vias. No plano do Governo, as obras só serão concluídas no final da década.

A acção de protesto, que se iniciou às 09h30, reuniu algumas dezenas de viaturas no parque industrial da cidade, que depois seguiram em direcção a Castro Verde para terminar no parque dessa cidade às 11h00.  

João Rocha, presidente da Cimbal, realçou a “falta de segurança” que aumenta sobretudo em dias de chuva e o perigo que os viadutos inacabados - uns estão em início de construção, outros quase concluídos - representam para a circulação automóvel, transformando-se n“uma ameaça” para os que usam as duas principais rodovias da região.

O autarca apontou o dedo ao Governo pela “falta de esclarecimentos e pelos vários anúncios que já fez sobre a retoma dos trabalhos” que nunca se concretizaram, frisando que os municípios, os empresários e a população continuam sem saber o que pretende fazer o Governo com duas obras que já se encontram numa adiantada fase de construção.

Num comunicado divulgado na véspera da manifestação de protesto, a empresa Estradas de Portugal (EP) não adiantou qualquer dado sobre o que estará programado para o IP8 e IP2, omitindo até qualquer informação sobre estas duas rodovias, optando por realçar o investimento de 8,7 milhões de euros na “conservação e melhoria da qualidade da rede rodoviária do distrito de Beja”.

A infra-estrutura rodoviária do distrito de Beja “é uma rede abrangente com bom nível de cobertura e capacidade de resposta às necessidades de mobilidade da região”, destacou a EP, garantindo que “não é essencial a aposta na construção de novas acessibilidades dentro do distrito”, desvalorizando desta forma os fundamentos do protesto realizado esta manhã.  

O presidente da Câmara de Serpa, Tomé Pires, precisou melhor esta questão: ”Mais uma vez, o Alentejo ficou para o final” na programação que o Governo anunciou no Plano de Proximidade de médio prazo 2015-2019, ou seja, só no último ano do programa é que está prevista a realização das obras no IP8 e IP2, quando as duas rodovias já revelam uma acentuada degradação.

Nem o deputado do PSD Mário Simões, eleito pelo círculo eleitoral de Beja ficou indiferente ao protelamento das obras, participando no protesto desta manhã “em defesa das acessibilidades da região”.

Mário Simões faz um paralelismo entre a situação no Baixo Alentejo e o problema que o actual Governo encontrou para superar o contencioso com as obras no túnel do Marão, defendendo um modelo equivalente para concluir as obras do IP8 e do IP2.

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