A partir de Outubro, vai ser mais difícil chegar ao belíssimo salão Árabe do Palácio da Bolsa. O caminho pelo Pátio das Nações vai estar demasiado bem guardado por monstros capazes de nos fazer arrepiar caminho…para ficar a vê-los. Até Dezembro, estará aberta a caça a auto-retratos, vulgo selfies, com o Abominável Homem das Neves, o Unicórnio, o Ciclope e, imagine-se, o Dragão.

Não se percebe qual a novidade de trazer o dragão a uma cidade já tão identificada com esse ser mitológico – ele está muito bem figurado no próprio palácio – mas a verdade é que também ficaria mal deixar tal criatura, tão portuense, de fora de uma exposição que chega ao Porto a 7 de Outubro com a chancela do Museu de História Natural de Londres (MHNL). E que inclui outro mito bem famoso, o monstro do Lago Ness, entre muitos outros.

A Associação Comercial do Porto chama-lhe “a mais fantástica exposição” do MHNL, e admitindo que fantástico é sinónimo de “quimérico, fingido, que não tem realidade e só existe na imaginação”, o adjectivo é propositado. Ou não, se pensarmos que houve cientistas a despenderem muito do seu tempo a tentar descobrir a verdade destes monstros e mitos e, afinal, os que chegam ao Porto têm formas reconhecíveis, mexem-se e até emitem sons. 

Segundo a Associação Comercial do Porto, a exposição do Museu de História Natural de Londres “dá vida ao desconhecido, desenvolvendo cada criatura a partir de uma perspectiva mitológica, histórica e científica, explorando a abrangência e o limite da imaginação humana para a criação de bestas terríveis. E o MHNL, “com enorme reconhecimento internacional na área da investigação científica, é com frequência chamado a examinar algumas das estranhas descobertas que vão surgindo”, recorda a organização.

A ACP lembra o caso de Yeti, mais conhecido como o Abominável Homem das Neves. “O seu couro cabeludo foi descoberto por Sir Edmund Hillary durante as expedições que realizou ao Tibete na década de 1960, e foi emprestado para análise para o desvendar de possíveis explicações. Na altura, reivindicou-se pertencer a uma criatura humana gigante (com cerca de 2 metros de altura e 200 quilos de peso), contudo grandes macacos sobreviveram até tempos relativamente recentes em zonas de natureza selvagem...”. Mas a ciência, está visto, não matou o mito. 

A exposição está no Porto até 4 de Janeiro e tem tudo para ser o sucesso que a organização espera. Os bilhetes, de seis euros para adultos, três para crianças dos quatro aos 16 anos e 12 euros para famílias de quatro elementos, já estão á venda. Há pacotes para escolas (dois euros por criança). E até a CP se associou ao evento, propondo um bilhete de comboio e entrada, por quatro euros, para quem escolha os suburbanos da empresa para chegar à cidade.