Gargalhão quer fazer uma cidade feliz

Um dos projectos a longo prazo é a criação de uma Organização Não Governamental (ONG) com a comédia em pano de fundo.

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Liberdade política, laços sociais fortes e a ausência de corrupção são importantes para a felicidade Foto: Pedro Cunha

O primeiro festival de comédia de São João da Madeira chama-se Gargalhão, porque rima com São João, e sai da cabeça de Pedro Neves, professor de Turismo e humorista há 12 anos. A estreia acontece nesta sexta-feira com sete comediantes em cartaz – Fernando Rocha, Óscar Branco, João Seabra, Miguel 7 Estacas, Hugo Sousa, Jaimão e o próprio Pedro Neves – para um espectáculo de cerca de duas horas no Pavilhão da Associação Desportiva Sanjoanense (ADS), a partir das 21h30. A entrada custa 10 euros e parte das receitas reverte para a própria ADS e para a Associação de Jovens Ecos Urbanos.

“São João da Madeira já é a cidade do trabalho, do calçado e dos chapéus. Dizem que é também a cidade da qualidade de vida e eu quero que seja uma cidade feliz”, refere Pedro Neves que não esconde a vontade de tornar o Gargalhão – Festival de Comédia de São João numa referência da comédia não só na região, mas também na zona norte do país.

A iniciativa é, aliás, um sonho antigo de Pedro Neves delineado em três etapas. A primeira é a concretização do festival já nesta sexta-feira. A segunda é dar maior dimensão ao Gargalhão do próximo ano, também no mês de Fevereiro, com três dias de um fim-de-semana dedicados à comédia, com workshops e seminários, em vários locais da cidade são-joanense - Casa da Criatividade, sala dos fornos da Oliva Creative Factory, Paços da Cultura, por exemplo. Pedro Neves quer que o Gargalhão se realize todos os anos. A terceira etapa vai demorar algum tempo e passa pela criação de uma Organização Não Governamental (ONG) com a comédia em pano de fundo. Pedro Neves explica. “Por ano, faço 10 a 15 espectáculos gratuitos para causas solidárias. Com uma ONG, poderíamos juntar os grandes humoristas que dariam o seu contributo para uma grande causa em espectáculos que aconteceriam anualmente pelo país”. As receitas angariadas reverteriam na totalidade para a causa escolhida. O sonho de constituir uma ONG, com sede em São João da Madeira, tem um prazo de cinco anos.

Na estreia do Gargalhão, Pedro Neves estabeleceu um critério na programação, ou seja, convidar amigos comediantes que menos actuaram na cidade são-joanense nos últimos 10 anos. “Teremos todas as modalidades da comédia, será comédia à moda do Norte”, adianta. Neves será o anfitrião da noite, fazendo a ligação entre os humoristas e também actuando num serão animado que quer colocar a plateia bem-disposta. “Todos têm características humorísticas interessantes que chegam a todo o tipo de públicos”. O comediante são-joanense, que não alimenta expectativas para não sofrer por antecipação, espera ter casa cheia com os 1800 lugares do pavilhão ocupados.  

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