Ferry internacional de Caminha sem prazo para retomar ligações à Galiza

O ferryboat está parado desde Abril para a para a realização de obras no pontão flutuante e para a extracção de areias junto ao cais de Caminha.

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O ferryboat começou a cruzar o rio Minho em 1995 Marco Maurício

O ferry internacional que deveria ter retomado a ligação entre Caminha e La Guardia (Galiza) no final de Agosto, continua parado por atrasos na conclusão da limpeza do canal de atracagem, disse à Lusa o autarca local.

"A empresa mais competitiva, aquela que nos apresentou o melhor preço e com quem assinámos contrato, está a trabalhar há dois meses mas os resultados não têm sido satisfatórios", afirmou nesta terça-feira Miguel Alves.

O contrato, adiantou, foi assinado a 9 de Julho com a Astilleros Joaquin Castro S.L, de La Guardia, pelo valor de 16.875 euros. A Lusa tentou um contacto com um dos responsáveis da empresa galega incumbida da operação, mas sem sucesso.

De acordo com o autarca, a obra tem decorrido num ritmo "muito lento", justificado pela empresa com as "imensas avarias nos equipamentos causados "pelas dificuldades do próprio trabalho" e face ao "volume de areia a extrair, muitíssimo maior do que aquele que estava inicialmente previsto".

O ferryboat, que começou a cruzar o rio Minho em 1995, está parado desde Abril para renovação do certificado de navegabilidade, para a realização de obras no pontão flutuante e para a extracção de areias junto ao cais de Caminha.

Nesta fase, falta concluir a limpeza do cais, o que já obrigou a Câmara de Caminha a adiar por duas vezes o retomar do serviço, primeiro em Julho, agora em Agosto. Face à paragem prolongada, o autarca adiantou que existem três possibilidades em cima da mesa, mas nenhuma delas com prazos definidos.

"Ou deixamos que a empresa faça o seu trabalho, mas sem previsão do retomar das ligações, ou denunciamos o contrato. Já os informamos dessa possibilidade, mas temos que admitir que os preços que outras empresas do ramo nos vão apresentando são incomportáveis para o município. Estamos a falar de valores muito acima dos 150 mil euros".

A terceira possibilidade avançada por Miguel Alves passa fazer uma intervenção profunda naquela zona com cofinanciamento garantido pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). "Temos desenvolvido contactos com a APA para tentar uma via de cofinanciamento. Tenho encontrado vontade dos responsáveis em quererem ajudar, mas ainda não temos resposta definitiva. Os próximos dias vão ser decisivos para encontrar uma solução para um problema que castiga Caminha", adiantou.

Caminha é único concelho do vale do Minho que depende do transporte fluvial para garantir a ligação regular à Galiza, enquanto os restantes quatro concelhos da região dispõem de pontes internacionais.

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