Vão ser quatro meses experimentais, com inicio ainda este mês de Julho e até ao próximo mês de Outubro. O projecto Move Porto, que vai ser apresentado na próxima segunda-feira pelos presidentes da Câmara do Porto, Rui Moreira, da Metro do Porto, João Velez Carvalho, e pelo secretário de Estado dos Transportes, vai implicar o funcionamento contínuo das linhas Amarela, entre o Hospital de S. João e Santo Ovídio, e Azul, entre o Estádio do Dragão e a Senhora da Hora nas noites de sexta e sábado.

 À semelhança de outras cidades europeias que são palco de grande movida nocturna - como Berlim e Barcelona - a cidade do Porto vai ser a primeira do país  a oferecer um serviço de metro nocturno ininterrupto.

Autarquia, Metro do Porto e STCP culminaram as negociações que, como foi público, estavam a ser travadas desde Abril para permitir que este projeto piloto avance quando ele faz mais sentido: durante o período de Verão. Só depois de confirmada a adesão dos utentes é que será possível garantir a continuidade deste serviço, bem como a sua extensão a municípios como a Maia e Gondomar, Matosinhos, Póvoa do Varzim e Vila do Conde. Para já a operação fica circunscrita ao núcleo mais central da rede do metropolitano, estando a câmara e o Metro do Porto a contar com a utilização nocturna dos parques de estacionamento das Sete Bicas e de Santo Ovídeo. No entanto, todos reconhecem que o ideal seria estender esta oferta a outras pontos do sistema, não só para resolver os problemas de estacionamento no centro da cidade, mas também para diminuir as práticas de condução sob o efeito de álcool.

Apesar de não haver termos de comparação prévios, nem estudos que permitam antever os benefícios para a operadora de transporte em termos de exploração comercial, existem boas expectativas de que os prejuízos, a existirem, não sejam incomportáveis. Para já, e para contribuir para o sucesso da operação, a Câmara do Porto vai envolver-se num plano de comunicação que incentive a utilização do Metro.

Um plano de comunicação que só poderá ter resultados se os cidadãos se aperceberem que existem alternativas ao estacionamento selvagem no centro da cidade - e que tem vindo a merecer tantas queixas por parte de comerciantes e moradores. Para isso está previsto reforçar a oferta de estacionamento em parques que actualmente estão fechados em período nocturno, como é o caso do Parque do Dragão, gerido pela Metro do Porto. O presidente da câmara do Porto também já referiu a intenção de usar o parque de estacionamento do Silo Alto para retirar carros da Baixa da cidade.

A intenção de reforçar os transportes públicos no período nocturno de forma a retirar automóveis do centro da cidade estava incluída no item de mobilidade do programa de candidatura de Rui Moreira. Ainda este mês, a cidade do Porto vai ser a primeira cidade do país a oferecer este serviço.