Câmara de Braga só alarga parquímetros a mais 27 ruas até ao final do ano

O presidente, Mesquita Machado, entende que os parquímetros vão facilitar a vida aos moradores, que podem comprar uma avença a preços mais baixos.

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Foi lançada uma petição pública que contesta o alargamento dos lugares pagos a novas ruas Hugo Delgado/arquivo

O presidente da Câmara de Braga assegura que, para já, a área de estacionamento controlada por parquímetros só vai ser alargada a 27 ruas – e não 88, como previsto. Mesquita Machado assume esse compromisso até ao final do seu último mandato, defendendo que a solução vai beneficiar os moradores e os comerciantes da zona.

Um edital do município previa que as máquinas de pagamento fossem colocadas em 88 ruas e praças de Braga, mas esse documento baseava-se num estudo de trânsito encomendado pela autarquia em 2003, e que não será concretizado, explica o presidente.

“O objectivo do edital foi dizer quais as ruas que eram passíveis de instalação de parquímetros”, justifica Mesquita Machado. No final da reunião de câmara desta quinta-feira, o autarca garantiu que o alargamento da área de estacionamento pago não vai chegar a todas essas artérias.

Além das 28 zonas da cidade com estacionamento já pago, os parquímetros vão ser colocados em outros 27 lugares, num total de 55 ruas. No início do ano, o presidente da câmara tinha também assinado um documento interno enviado aos serviços da autarquia que previa que, depois destes 27 locais, haveria outras três fases de alargamento da área com parquímetros, até um total de 40 novas ruas e praças.

Porém, Mesquita Machado comprometeu-se nesta quinta-feira não incluir novos arruamentos na lista até ao final do seu último mandato como presidente da câmara, que termina depois das autárquicas de Outubro. “Este ano, não há mais parquímetros”, assegura o autarca. “Quem vier depois, que faça aquilo que entender”.

O presidente da Câmara de Braga defende que a medida “é um instrumento que possibilita a mobilidade na zona urbana” e antecipa que pode beneficiar os comerciantes locais, porque permite uma maior disponibilidade de lugares de estacionamento no centro da cidade. Os habitantes das zonas com novos parquímetros vão poder comprar uma avença para esses lugares, que lhes permitirá ter acesso ao estacionamento a preços mais baixos. Mesquita Machado entende que a solução “até facilita a vida” aos moradores.

O presidente da Câmara de Braga nega também que o alargamento da área de estacionamento pago esteja relacionada com a concessão da gestão dos parquímetros a privados – o contrato foi assinado com a empresa Britalar, no Verão, a troco de 4,1 milhões de euros. A decisão estava prevista desde 2003, diz Mesquita, e só não avançou mais cedo porque estavam a ser preparadas as obras de regeneração urbana em várias ruas da cidade, que entretanto permitiram a criação de novos lugares de estacionamento.

Os argumentos do presidente da Câmara de Braga não parecem, todavia, suficientes para convencer a oposição. A coligação PSD-CDS, que, na véspera, tinha criticado a medida, contestou-a novamente na reunião do executivo desta quinta-feira. O vereador Ricardo Rio entende, porém, que não há grandes possibilidades de contestar a decisão em termos formais, uma vez que ela é “legítima, do ponto de vista legal”, ainda que a classifique como “imoral” e “errada”.

O social-democrata, que é candidato à presidência da câmara nas próximas autárquicas, promete também suspender o processo de alargamento da área com parquímetros, caso seja eleito.

Entretanto, foi lançada uma petição pública online em que é contestada a introdução de parquímetros em novas artérias da cidade de Braga. O primeiro subscritor do documento é o dirigente local do PCP Carlos Almeida e, ao início da tarde desta quinta-feira, quase 190 pessoas já o tinham subscrito.

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