Agentes culturais querem que o futuro do Teatro Municipal do Porto envolva a cidade

Participantes num debate realizado junto ao Rivoli preocoupados com o financiamento do Teatro Municipal

Dezenas de pessoas reuniram-se esta quinta-feira no Porto, para debater a situação do teatro municipal Rivoli e do Teatro do Campo Alegre, pedindo que a cidade seja ouvida na discussão sobre o futuro das duas estruturas

O debate foi organizado a partir de um manifesto com 500 assinaturas intitulado “Teatro Municipal: Que Serviço Público?” e divulgado durante a semana, tendo como primeiros subscritores a cineasta Amarante Abramovici, o encenador Francisco Alves, o sociólogo e antigo candidato à Câmara Municipal do Porto José Soeiro e a escritora Regina Guimarães.

Luísa Moreira, do Teatro Helena Sá e Costa, disse ser “com grande satisfação” que via a possibilidade de voltar a “ter um teatro municipal a funcionar no Porto” e sublinhou que o vencedor preliminar do concurso para programador das duas salas, Tiago Guedes, “certamente terá a oportunidade” de apresentar as ideias do que pretende para o teatro que já foi “o grande palco da dança contemporânea no Porto”.

A responsável do Teatro Helena Sá e Costa salientou, porém, a importância de se “conhecer qual a dotação orçamental que este teatro vai ter”, no que deverá ser uma “intersecção” de fundos municipais, estatais, privados e europeus.
De acordo com a agência Lusa, a mesma questão foi colocada pelo cineasta Saguenail, que perguntou “qual o investimento que a câmara pretende fazer nestas estruturas que deveriam constituir” dois dos principais pólos da cidade.

José Soeiro disse esperar que, seja quem for que assuma a direção de programação do Teatro Municipal do Porto (que abrange as duas salas), “seja capaz de ouvir” o que foi discutido no debate, que decorreu na praça D. João I de forma aberta a quem quisesse intervir. Luísa Moreira recordou ainda que os actores da cultura da cidade devem ser encarados como “parceiros privilegiados” no meio deste processo.

Pelo meio do debate vários intervenientes salientaram a importância da acessibilidade aos espaços em causa, não só em termos de transportes, mas também de preços. No final, Amarante Abramovici explicou que os candidatos à direcção de programação foram todos convidados para o debate e acrescentou que, apesar de terem declinado estar presentes, alguns mostraram-se interessados em conhecer as conclusões da discussão, entre os quais o anunciado vencedor do concurso.

A realizadora realçou que os textos e a acta resultantes do debate vão ser compilados e transmitidos à Câmara do Porto. 

Já esta semana, Tiago Guedes, o vencedor preliminar do concurso público lançado pela autarquia para programador do Teatro Municipal do Porto, alertou que o processo  de escolha do programador "não está fechado”, uma vez que decorre actualmente um “período de audiência de interessados” no concurso. “A única reação que posso ter é que o processo não está acabado. Está neste momento a decorrer um período de audiência de interessados”, frisou, em declarações à Lusa, o actual director artístico do Teatro Virgínia, em Torres Novas.

 

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