Vieira garante que Jesus não sabia que eram polícias que estavam em campo

Presidente do Benfica nega ter havido qualquer tentativa de agressão do seu treinador em Guimarães quando procurava impedir a imobilização de um adepto “encarnado”.

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Vieira saiu em defesa de Jorge Jesus após os incidentes que envolveram o treinador e a polícia em Guimarães Paulo Pimenta

Jorge Jesus desconhecia que era a polícia quem estava a tentar imobilizar um adepto “encarnado” no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, no último domingo, quando se envolveu nos incidentes verificados no final do jogo entre o Vitória e o Benfica (0-1), acabando por ser acusado de agressão pelas forças de segurança. Quem o garantiu nesta terça-feira foi Luís Filipe Vieira, presidente do clube da Luz, em entrevista à Correio da Manhã TV, em que procurou justificar a actuação do seu técnico, que já foi formalmente constituído arguido.

“No balneário [após os incidentes] perguntei-lhe o que se tinha passado e ele [Jorge Jesus] disse-me que tinha ido procurar ‘desapertar’ aquela situação e pensava que eram seguranças”, revelou o líder benfiquista, que não admitiu qualquer agressão do treinador a um agente da PSP: “Afirmo que não há qualquer agressão de Jorge Jesus. Vou ser testemunha dele, porque estava lá”.

Um pouco antes, o próprio técnico, em declarações à Benfica TV, também negou ter existido qualquer agressão ou tentativa de agressão, mas não fez qualquer referência a ter confundido a polícia com os seguranças.

“Não fiz nada de especial, não agredi ninguém nem isso me passou pela cabeça. Tentei serenar os ânimos, numa tentativa de ajudar um adepto do Benfica. [...] Se eu exagerei na tentativa de ajudar o miúdo [um dos adeptos que invadiu o campo para receber uma camisola dos jogadores] a regressar às bancadas, só posso pedir desculpa às autoridades.”

Jesus confirmou também já ter sido notificado pela PSP e irá agora aguardar “com tranquilidade” o desfecho do processo.

“Parecia que tinha roubado um banco”
Já Luís Filipe Vieira criticou a actuação das forças policiais em Guimarães, considerando que foi excessiva a forma como procuraram impedir uma invasão “pacífica” do campo. “No dia em que o futebol não tiver emoção, então não temos futebol nenhum. Jorge Jesus não agrediu ninguém e procurou apenas separar alguém. É revoltante ver como o jovem adepto foi agarrado por quatro pessoas. Parecia que tinha roubado um banco”, defendeu.

Face a tudo isto, Vieira não acredita que o treinador possa vir a ser punido judicial ou desportivamente: “Muito mal vai este país se Jorge Jesus fosse penalizado, não cometeu nada que fosse censurável. Ele pediu desculpa e a polícia percebeu imediatamente. A única pessoa que ficou magoada foi Jorge Jesus, que perdeu a voz”.

A PSP já enviou um auto de notícia (documento escrito que incorpora a notícia da infracção e onde são mencionados os factos que a constituem) para o Tribunal Judicial de Guimarães, sendo agora o Ministério Público a determinar a instauração de um inquérito, para juntar provas ao processo, incluindo a audição dos intervenientes nos incidentes do Estádio D. Afonso Henriques.

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