O Sporting foi à Madeira e a crise foi atrás

"Leões" empatam (2-2) no Funchal e podem ficar a dez pontos da liderança. Golo mal anulado a Alan Ruiz.

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GREGORIO CUNHA/Lusa

O Sporting entrou na segunda volta da Liga portuguesa como tinha saído da primeira, a empatar, de novo com um 2-2. Ontem, no Funchal, os “leões” estiveram por duas vezes a perder frente ao Marítimo e, das duas vezes, conseguiram empatar, mas não foram mais longe que isso. Depois do duplo insucesso em Chaves, a equipa melhorou, mas não melhorou o suficiente para ultrapassar a sua própria intranquilidade, um erro grave de arbitragem e um Marítimo muito eficaz em lances de bola parada. Assim, já perdeu terreno para o FC Porto e pode terminar a ronda a dez pontos do líder.

Nesta altura da época, com um único objectivo ainda por alcançar, cada jogo é uma final que o Sporting não pode perder. Por isso, se as coisas não resultam, Jorge Jesus tem de ir mudando com o comboio em andamento. E o plano de Jesus para a visita ao Funchal tinha muitas mudanças em relação ao que vinha sendo habitual. A maior novidade de todas foi a estreia do jovem médio João Palhinha, resgatado ao Belenenses, que entrou para o lugar de William Carvalho. Nas alas, Jesus também mudou, promovendo os regressos de Schelotto e Zeegelaar. Eram mudanças com um objectivo bem concreto. Dar uma dinâmica nova ao meio-campo com Palhinha e reforçar a capacidade ofensiva nos flancos com os novos laterais.

Mas tudo o que Jesus tivesse pensado para este jogo ficou logo comprometido aos 8’, num lance que foi a manifestação perfeita dos pecados recentes dos “leões”. O Marítimo ganha uma bola no meio-campo e rapidamente a coloca na frente, deixando o Sporting exposto e obrigando Paulo Oliveira à falta. Livre perigoso mais barreira mal feita e Rui Patrício mal posicionado igual a livre rasteiro de Éber Bessa, que coloca os madeirenses em vantagem.

Desta vez, no entanto, o Sporting reagiu bem e não demorou a chegar ao empate, pelo suspeito do costume. Aos 24’, Adrien Silva cobra o livre e Bas Dost, de cabeça, faz o seu 14.º golo no campeonato, reforçando a liderança na lista dos marcadores.

Ainda menos demorada foi a reacção da equipa de Daniel Ramos. Aos 31’, num contra-ataque, Dyego Sousa atira uma bola à trave e, aos 33’, a equipa madeirense regressa ao comando do marcador. Livre bombeado para a área “leonina” e Raul Silva cabeceia sem oposição para o 2-1. O Sporting tinha de voltar a fazer pela vida e voltou a reagir bem. Aos 60’, Bruno César faz o cruzamento rasteiro para Gelson Martins bater o guarda-redes Charles.

Jesus foi reforçando a componente ofensiva da equipa, com as entradas de Alan Ruiz, William e Joel Campbell, e o Sporting cresceu no jogo, aproximou-se da baliza de Charles e fez um golo, numa boa combinação entre Dost e Alan Ruiz, com o argentino a concluir a jogada, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo — decisão errada da equipa de arbitragem liderada por João Pinheiro. Este era o golo que seria o equivalente a uma luz ao fundo do túnel para o Sporting, mas não foi e o empate perdurou até ao fim. Deu para o Marítimo travar mais um “grande” em casa (já ganhou ao Benfica) e não tirou o Sporting da depressão.

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