Pela primeira vez Leonardo Jardim gritou vitória frente ao FC Porto

Golo solitário de Slimani deixou os “leões” mais isolados no segundo lugar e mais perto da Liga dos Campeões. FC Porto acabou por perder Quaresma, Danilo, Fernando e Helton para a próxima jornada

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Foto: Rafael Marchante/Reuters

Depois de sete tentativas falhadas, Leonardo Jardim conseguiu vencer o FC Porto pela primeira vez na sua carreira. Num clássico nem sempre bem jogado, mas electrizante até ao fim, os “leões” deram um grande passo para garantirem, pelo menos, um lugar directo na Liga dos Campeões na próxima temporada, que renderá à cabeça um encaixe de 8,6 milhões de euros. Para tal, valeu um golo solitário de Slimani, aos 52’, num lance que promete causar polémica ao longo da semana, por ter sido antecedido de um fora-de-jogo de André Martins, autor do cruzamento que o ponta-de-lança argelino desviou para as redes de Helton.

Para o FC Porto, o resultado desta deslocação a Lisboa foi desastroso. Abandonou definitivamente a luta pelo título nacional e deixou o segundo lugar a cinco pontos de distância. Após dois resultados positivos, frente ao Arouca e ao Nápoles, Luís Castro teve o seu primeiro desaire desde que rendeu Paulo Fonseca no banco dos “dragões”. Para além da derrota, os nortenhos perderam algumas unidades importantes para a próxima jornada, em que irão receber o Belenenses: Quaresma, Danilo e Fernando, por castigo, e Helton, que sofreu uma ruptura do tendão de Aquiles direito.

Em tarde de protesto no Estádio de Alvalade contra as arbitragens, promovido pelo Movimento Basta!, acabou por ser um lance polémico a render o primeiro triunfo da era Bruno de Carvalho num jogo “grande” do futebol português. O golo de Slimani premiou a segunda parte bem conseguida dos “leões”, depois de um nulo ao intervalo bastante lisonjeiro para a equipa da casa.

O Sporting entrou mais pressionante, mas os “dragões” foram mais objectivos em termos atacantes e sempre com Quaresma em destaque. O extremo é sinónimo de qualidade e desequilíbrio e, a alinhar na esquerda, fez a vida negra a Cédric. Essencialmente na primeira metade, quando esteve envolvido em três lances de perigo até ao intervalo.

Aos 16’, passou pelo defesa direito “leonino” e cruzou na perfeição para um remate de primeira de Varela que Rui Patrício conseguiu anular. Mas, aos 29’, seria ele próprio a fabricar e concluir uma nova jogada, que a trave devolveu, após um remate arqueado que surpreendeu Patrício.

Com as equipas bem encaixadas, procurando fechar bem as linhas de passe e os acessos às suas áreas, brilharam também os pivots de cada lado, com Fernando e William Carvalho a justificarem por que razão são candidatos a um lugar na selecção de Paulo Bento. Não tiveram, no entanto, parceiros à altura no miolo.

Agressivos, os “leões” não conseguiram criar perigo junto da baliza de Helton nos 45’ iniciais, exceptuando um remate rasteiro de Slimani, aos 21’ O FC Porto fez mais para sair a vencer para o intervalo. Se Quaresma foi protagonista directo nos dois lances de grande perigo já referidos, também iniciou a jogada que Varela e Jackson não conseguiram transformar em golo, aos 44’, com o colombiano a desperdiçar.

O Sporting entrou para o segundo tempo determinado em inverter a estatística atacante. Depois de duas ameaças, na sequência de lances de bola parada, Slimani inaugurou o marcador. Um cruzamento de André Martins na direita apanhou sozinho, no segundo poste, o argelino, que cabeceou para o golo.

O drama dos portistas agudizou-se ainda mais aos 59’, quando Helton se lesionou sozinho acabando por sair de maca, obrigando Luís Castro a uma substituição imprevista. Instantes antes, o técnico já colocara em campo Quintero (58’, por troca com o apagado Carlos Eduardo) que acabou por mexer com o jogo dos “dragões” na segunda metade. Mas com Quaresma a acusar algum desgaste, a equipa portista nunca assustou muito Patrício, exceptuando um lance de Jackson, aos 77’, e Ghilas (entrado aos 78’ para o lugar de Varela), já em período de descontos. Antes, em cima dos 90’, Fernando já hipotecara as possibilidades da sua equipa, ao ser expulso após empurrão a Montero com a partida interrompida.

O triunfo já não fugiu aos “leões”, que alcançaram a 12.ª vitória no campeonato num clássico com o FC Porto da era Pinto da Costa, diminuindo provisoriamente para quatro pontos a desvantagem para o Benfica.

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