Sousa obrigou Murray a jogar o seu melhor ténis

O tenista vimaranense ganhou pela primeira vez um set ao actual número 3 do ranking mundial.

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João Sousa esforçado, durante o encontro com Andy Murray VINCENT KESSLER/Reuters

“Fiz um bom encontro. Obviamente que não estou feliz com o resultado, mas sim com o nível que apresentei no segundo set e princípio do terceiro. Senti-me por vezes superior a ele e essa é uma sensação que nunca tinha tido. Tive algumas oportunidades no terceiro set, infelizmente, não consegui o break a 2-1. Ele foi mais constante e por isso levou a vitória”, disse Sousa, após o embate de duas horas e meia, concluído com os parciais de 6-2, 4-6, 6-4 e 6-1.

Depois do domínio no set inicial, a primeira bola de Murray (3.º ATP) foi rareando (36% de primeiros serviços) e o tenista vimaranense aproveitou para reagir. No início do terceiro set, Sousa desperdiçou dois break-points e no sétimo jogo o escocês, mais tranquilo, elevou a pressão e quebrou para 4-3. Um break no início do quarto set confirmou o ascendente de Muray, vincado com uma segunda quebra, para 3-0. “Fiquei contente com a forma como dei a volta ao encontro. Provavelmente, estava a jogar muito devagar”, justificou Murray.

Sousa (44.º) vai agora preparar a época de relva, que culmina em Wimbledon, estando inscrito no Topshelf Open, na Holanda, com início a 4 de Junho. “Agora é tempo de descansar e recuperar forças porque foram semanas muito duras, de muita intensidade”, frisou Sousa.

Murray tem como próximo adversário o australiano Nick Kyrgios (30.º), que não precisou de jogar devido à desistência do britânico Kyle Edmund. Outro duelo geracional irá opor, também nesta sexta-feira, Novak Djokovic a outro jovem da Austrália, Thanasi Kokkinakis (84.º).

O líder do ranking somou a 24.ª vitória consecutiva diante do luxemburguês Gilles Muller (55.º), por 6-1, 6-4 e 6-4, mas assustou-se quando sentiu uma dor numa mudança de direcção e teve de receber assistência médica à anca. “Nada sério”, assegurou Djokovic.

Kokkinakis venceu o confronto com o compatriota Bernard Tomic (26.º), mas só depois de recuperar de 2-5 no derradeiro set e salvar três match-points: 3-6, 3-6, 6-3, 6-4 e 8-6. O australiano de 19 anos juntou-se ao croata Borna Coric, de 18, como a primeira dupla de teenagers a chegar à terceira ronda de Roland Garros desde 2006 (Djokovic e Gael Monfils).

Coric (46.º) afastou o experiente Tommy Robredo (19.º), por 7-5, 3-6, 6-2, 4-6, 6-4, e vai defrontar outo rosto da nova geração, o norte-americano Jack Sock (37.º). A “armada” espanhola mantém em prova as suas duas principais figuras, Rafael Nadal e David Ferrer, apurados depois de eliminarem compatriotas, respectivamente, Nicolas Almagro (154.º) e David Gimeno-Traver (66.º).

No torneio feminino, Serena Williams sobreviveu à pior exibição da época — traduzida nos 52 erros não forçados e quatro breaks concedidos — e eliminou a alemã Anna-Lena Friedsam (105.ª), por 5-7, 6-3 e 6-3. O nível de Serena é ainda mais preocupante tendo em conta que a próxima adversária é a ex-número um Victoria Azarenka.

Eliminada foi Caroline Wozniacki (5.ª), vítima do ténis de ataque da alemã Julia Goerges (72.ª), autora de 39 winners na vitória pelos parciais de 6-4, 7-6 (7/4).

Destaque ainda para a maratona das veteranas e ex-campeãs de Roland Garros, Francesca Schiavone e Svetlana Kuznetsova. No Open da Austrália de 2011, as duas protagonizaram o mais longo duelo feminino na história do Grand Slam: quatro horas e 44 minutos. Ontem, Schiavone voltou a vencer, após três horas e 49 minutos: 6-7 (11/13), 7-5 e 10-8.

 

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