Sevilha condenado a perder os melhores

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Jorge Guerrero/AFP

Há uma cantiga popular andaluza que diz que “Sevilha tem uma cor especial”. E para esse colorido contribuem também os “sevilhistas”, sempre entusiásticos e divertidos, que se preparam para contagiar o Porto com os seus cânticos e irreverências.

Mesmo quando viram a sua cidade invadida por escoceses e portugueses para a final da Taça UEFA de 2003, não se alhearam da festa dos outros. Nos momentos mais difíceis dão a alma ao seu clube do coração, há até uma claque que se chama “hasta la muerte”, e a vitória em casa dos seus vizinhos e rivais do Betis, na eliminatória anterior da Liga Europa, que parecia perdida, teve um sabor tão intenso como o da conquista da Taça UEFA em 2006 e 2007, incluída num pacote vitorioso que juntou ainda a Supertaça europeia de 2006 e a Taça de Espanha de 2007, na era de Juande Ramos. E já com outra orientação na equipa a euforia prolongou-se até 2010 com mais uma Taça do Rei para a colecção.

Nesse tempo, o Sevilha FC chegou a sonhar com a possibilidade de ganhar a Liga espanhola, repetindo o já longínquo triunfo de 1946, mas o centenário clube tem problemas semelhantes aos de muitos outros: é obrigado a libertar os melhores jogadores. Esta época não só mudou meia equipa como perdeu o presidente. Pelo estádio Sánchez Pizjuán já passaram nomes bem conhecidos como os de Sergio Ramos, Saviola, Dani Alves, Adriano, Kanouté, Navas, Negredo, Diogo Capel, Luís Fabiano ou Duda, que partiram para outras aventuras.

Dos que há três anos ganharam no Dragão restam poucos, de resto tal como acontece com o FC Porto. Mas dos que estão aptos a jogar ainda lá estão Javi Varas, o suplente de Beto, Fernando Navarro e Ratikic enquanto os "dragões" não vão além de Fernando e Varela. Maicon só entrou aos 86’ e Helton esteve na baliza mas agora é apenas espectador.

Os espanhóis digeriram mal a eliminação, tal como tinha sucedido anteriormente com o Sporting de Braga, que foi capaz de marcar quatro golos na visita que lhe fez, em Agosto de 2010.

Na altura, o Sevilha já mostrava algumas debilidades defensivas que continuam a ser o grande problema da equipa, atenuado pelos dois grandes êxitos sobre o Betis e o Real Madrid e uma sequência de seis vitórias na Liga, antes da recaída em Vigo. Quando foi eliminado pelo FC Porto em 2011, tinha sofrido 38 golos na Liga espanhola em 23 jornadas esta temporada vai nos 46 em 31 jogos, mas em contrapartida com o contributo de um colombiano que jogou no Bruges chamado Carlos Bacca e do neto de um emigrante português em França, Kevin Gameiro, espera dispor do estimulo necessário para imitar o golo de Luís Fabiano na tarde de 23 de Fevereiro de 2011 no Dragão.  

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