Olimpíadas de xadrez arrancam na Noruega com 175 países em competição

A prova é um dos eventos a nível mundial que maior número de desportistas reúne.

Foto
A elite do xadrez vai juntar-se na Noruega Jorge Silva/Reuters

A grande festa do xadrez, as Olimpíadas, teve na quinta-feira a sua cerimónia inaugural em Tromso, Noruega. Na prova estarão presentes 175 países na competição absoluta e 135 no sector feminino, naquele que é um dos grandes eventos desportivos mundiais, reunindo mais de 2000 participantes entre jogadores e equipas técnicas.

Cada selecção é constituída por cinco xadrezistas, quatro efectivos e um suplente, sendo o resultado do encontro definido pelo somatório dos quatro confrontos individuais. Ambas as provas serão disputadas em sistema suíço de 11 jornadas, um sistema em que inicialmente as equipas são hierarquizadas em função da média dos rankings e, em cada jornada, se vão defrontando as selecções cuja pontuação é idêntica ou o mais próximo possível, permitindo assim, sem recorrer a um sistema eliminatório, a participação de um tão grande número de países.

A Rússia é, como habitualmente, a número um da competição absoluta mas a última vitória nesta prova bienal já vai longe, tendo-se que recuar até 2002, à 35.ª edição, para a ver encabeçar o pódio, curiosamente coincidindo com a última vez em que Garry Kasparov liderou o quarteto russo. Daí para cá as vitórias foram repartidas pela Ucrânia, duas vezes, e Arménia, os actuais campeões, por três vezes. E, uma vez mais, deverá sair deste trio o vencedor, isto apesar da notória subida da França, número três da lista, à frente da Arménia.

Os Estados Unidos, a Hungria, a China, o Azerbaijão, a Inglaterra e a Holanda encerram o "top-10", surgindo a Noruega liderada por Magnus Carlsen na 13.ª posição. No sector feminino é a China, liderada pela campeã mundial Hou Hyfan, a favorita, mas o detentor do título é a Rússia que conseguiu um reforço de última hora, ao obter o contributo da ex- número um ucraniana Kateryna Lahno. Aliás, esta situação quase originava a exclusão das russas, devido ao envio tardio da sua inscrição pois, compreensivelmente, a federação ucraniana não facilitou a transferência da sua representante mais cotada para uma das suas maiores rivais.

Portugal faz-se representar nas duas provas mas com aspirações muito modestas, ocupando a 73.ª posição no sector absoluto e a 91.ª na prova feminina, revelando um claro retrocesso na média dos rankings dos seleccionados comparativamente a edições anteriores. Uma consequência das regras estabelecidas para definir a constituição das equipas, sempre subjectivas, associado a algum mal-estar entre os jogadores mais cotados e a direcção da federação, designadamente Rui Dâmaso que se recusou a participar, e ainda Catarina Leite, Luís Galego e Diogo Fernando por, apesar de serem os jogadores líderes dos rankings nacionais, não reunirem as condições estipuladas para poderem ser seleccionados.

Sugerir correcção
Comentar