O recorde do mundo só veio na última prova pela estafeta americana

Nos 4x400m finais a equipa masculina dos Estádios Unidos chegou ao único recorde global nos Mundiais de pista coberta de Sopot

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A equipa norte-americana recordista do mundo Johannes Eisele/AFP

Alguns recordes mundiais eram antecipados como possibilidade para esta 15.ª edição dos campeonatos do mundo de atletismo em pista coberta, domingo concluídos em Sopot, na Polónia, mas foi preciso esperar até à última prova do certame para algum se concretizar. E mesmo esse veio numa disciplina em que tal não se aguardaria.

Depois de, na véspera, Ashton Eaton ter ficado muito perto do recorde do heptatlo foi, inevitavelmente, do lado dos americanos que a proeza surgiu, com a sua equipa masculina de 4x400m, muito menos forte que habitualmente, a bater os britânicos registando 3m02,13s, anulando a melhor marca anterior de outra formação americana (3m02,83s), que sobrevivia desde os Mundiais indoor de Maebashi, em 1999.

Kyle Clemons, David Verburg, Kind Butler e Calvin Smith, este filho de um antigo recordista mundial dos 100m, foram os artífices do novo máximo.

Os Estado Unidos ganharam, como se esperava e largamente, a classificação oficiosa das medalhas, chegando a um total de 12, das quais oito foram de ouro.

Voltando aos recordes projectados, aquele que estava na cabeça de toda a gente era o do salto em altura masculino, que o favorito, o russo Ivan Ukhov, poderia protagonizar. Mas não houve recorde e não se esteve sequer perto disso. E, pior para Ukhov, nem foi ele que chegou ao ouro. Após três provas este ano a 2,40m ou mais, o russo desta vez não conseguiu passar essa fasquia, de que precisava desesperadamente para ultrapassar o qatari Mutaz Barshim. Este, mais uma vez, esteve em grande plano e passou 2,38m à primeira, de resto como à primeira fez todas as fasquias anteriores, estabelecendo o seu melhor registo de 2014 para um novo recorde asiático indoor. Ukhov só passou essa barra ao terceiro ensaio e isso foi decisivo, pois ambos falharam ao 2,40m. O recorde ao coberto de Javier Sotomayor, que vem dos Mundiais de Budapeste de 1989, ficou assim descansado por mais uns tempos. Há quatro anos, nos Mundiais de Doha, terra natal de Barshim, Ukhov não era tão favorito como agora mas ganhou, e o então júnior qatari foi 14.º. Em terceiro lugar, o ucraniano Andriy Protsenko surpreendeu todos, subindo o seu máximo pessoal de 2,33m para 2,36m.

A outra atleta que era cabeça de cartaz para os Mundiais ganhou a sua quarta prova do ano. A etíope Genzebe Dibaba estabeleceu três recordes mundiais em três corridas até Sopot, e ontem venceu uma corrida de 3000m sem brilho, lenta e previsível, com toda a facilidade em  8m55,04s.

Também em final de jornada dirimiu-se a contenda decisiva para a designação da mulher mais rápida, nos 60 metros. Murielle Ahouré, da Costa do Marfim, imbatida e líder do ano até Sopot, era algo favorita, mas mais uma vez a dupla campeã olímpica jamaicana dos 100m, Shelly-Ann Fraser, teve a última palavra, impondo-se com um máximo pessoal de 6,98s, que passou a ser a melhor marca do ano e a coloca como sétima de sempre. Ahouré foi segunda com 7,01s, e de regresso à competição, após ser ilibada de uma acusação quanto à utilização de substâncias proibidas, a também jamaicana Veronica Campbell-Brown ainda acusou falta de ritmo e foi quinta com 7,13s.

A outra final de 60m, mas masculina e com barreiras, proporcionou uma excelente vitória ao americano Omo Osaghae, que estabeleceu igualmente a melhor marca do ano com 7,45s, adiante dos franceses Pascal Martinot-Lagarde (7,46s) e Garfield Darien (7,47s).

Na vara feminina, a vice-campeã olímpica cubana Yarisley Silva aproveitou um apagão generalizado das principais rivais a 4,70m, e ao fazer essa fasquia ao primeiro ensaio assegurou o título, tendo as outras medalhadas, a russa Anzhelika Sidorova e a checa Jirina Svobodova, feito a mesma marca.

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