Novak Djokovic voltou a comer relva em Wimbledon

Ao conquistar o seu terceiro título no Grand Slam britânico, o sérvio iguala o seu treinador Boris Becker

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Djokovic foi mais forte do que Federer TOBY MELVILLE/AFP

“Este ano sabe bem”, disse Novak Djokovic sobre a relva que comeu após a final de Wimbledon. Esta é a forma particular do sérvio comemorar a vitória no torneio britânico do Grand Slam e que repetiu pela terceira vez, após derrotar Roger Federer, que procurava um inédito oitavo título. Mas Djokovic confirmou a sua solidez exibicional e depois de dois sets decididos por poucos pontos, dominou o suíço, para fechar ao fim de duas horas e 56 minutos: 7-6 (7/1), 6-7 (10/12), 6-4 e 6-3.

“Não sabia como ia conseguir recuperar de Roland Garros [derrota na final] mas mal pisei a relva, senti-me inspirado a jogar o meu melhor ténis”, admitiu Djokovic, após revalidar o título. “Provei a mim mesmo que era capaz de o fazer outra vez. Penso que isso foi o mais importante.”

Tal como na final de 2014, ganha pelo sérvio em cinco sets, Djokovic prevaleceu graças à sua maior solidez e consistência. Federer teve um break de vantagem no set inicial, mas o sérvio recuperou de imediato. A servir a 5-6, Djokovic salvou dois set-points, ambos com o primeiro serviço. O sérvio saiu mais forte dessa situação e depressa chegou a 3-0 no tie-break, que liderou até Federer capitular com a sua única dupla-falta. Nos 20 encontros em que derrotou Djokovic, só por uma vez venceu após perder o set inicial. O sérvio confirmou ser muito forte quando está na frente do marcador, mas foi novamente Federer o primeiro a dispor de break-points, dois, antes de salvar um set-point a 4-5. Djokovic dispôs de mais seis no mais longo tie-break de uma final de Wimbledon desde 2000 (Patrick Rafter-Pete Sampras, 12/10), no qual o suíço mostrou grande determinação.

Com um break no terceiro jogo do terceiro set, Djokovic tomou conta do encontro e nem a paragem de 20 minutos forçada pela chuva provocou alguma alteração. O número dois do ranking foi acusando o desgaste, provocado pela intensidade do encontro, e, ao fim de duas horas e 38 minutos de jogo, cedeu o primeiro break do quarto set. A 3-4, Federer ameaçou com um 0-30, mas isso só despertou o líder do ranking que puxou do serviço e iniciou uma série de seis pontos para colocar o adversário sob pressão. Uma resposta fulminante deu o 15-40 e Federer bem sentiu o momento: não colocou o primeiro serviço e Djokovic tomou conta do ponto até concluir.

“Novak jogou muito bem hoje e também nas duas últimas semanas e também no ano passado e no outro ano antes. Tu mereces, Novak”, elogiou Federer na entrega de prémios, antes de resumir: “Tive as minhas oportunidades no primeiro set, no segundo tive sorte em ganhá-lo, mas ele foi melhor nos pontos importantes e depois esteve muito sólido. Eu não joguei mal, por isso tenho de estar contente. Continuo muito motivado.”

Djokovic retribuiu os elogios e, mais tarde, explicou como a interrupção lhe foi benéfica. “O tie-break do segundo set foi frustrante, obviamente, mas durante a paragem da chuva coloquei os meus pensamentos em ordem, voltei ao básico e joguei muito, muito bem”, explicou o sérvio, que igualou o seu treinador Boris Becker, com três títulos em Wimbledon. Esta foi igualmente a sua 200.ª vitória em encontros no Grand Slam, algo que só sete jogadores conseguiram: Federer (291), Connors (233), Agassi (224), Lendl (222), Emerson (217) e Sampras (203).

Um ano depois do seu casamento e nove meses após o nascimento do filho Stefan, Djokovic revelou o “segredo”: “Desde que me casei e fui pai que não tenho perdido muitos encontros e ganhei muitos torneios. Sugiro a todos os jogadores: casem, tenham filhos e disfrutem.”

Destaque ainda para a ex-número um do ranking, Martina Hingis, que saiu do All England Club com dois títulos, ao lado de parceiros indianos. Depois de, em 1996, com 15 anos, ter conquistado com Helena Sukova, o seu primeiro título do Grand Slam, em Wimbledon, Hingis venceu este ano ao lado de Sania Mirza nos pares femininos e com Leander Paes em pares mistos.

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