Há reforços de Verão que ainda não conseguiram convencer

Benfica, FC Porto, Sporting e Sp. Braga apresentaram 35 caras novas no início da época mas são poucos os que se tornaram indiscutíveis nas respectivas equipas. Há contratações milionárias com utilização residual

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Depoitre é uma das contratações de Verão dos principais clubes portugueses que ainda não mostrou qualidade para se impor AFP/FRANCISCO LEONG

É prática comum os treinadores darem uma oportunidade nos jogos da Taça de Portugal aos jogadores menos utilizados. As partidas da quarta eliminatória que se avizinham não serão excepção – e para vários futebolistas que chegaram como reforços para o Benfica, FC Porto, Sporting e também Sp. Braga deverão representar mesmo algo próximo de uma derradeira hipótese para convencer os respectivos técnicos. Passaram três meses desde o início das competições nacionais e, nos plantéis dos quatro maiores emblemas do futebol português, continuam a resistir futebolistas contratados no Verão cuja utilização é escassa ou mesmo nula.

Os quatro clubes analisados já disputaram um mínimo de 15 jogos – dez jornadas no campeonato, uma eliminatória da Taça de Portugal e quatro jogos da fase de grupos das competições europeias, o que dá um total de 1350 minutos possíveis – sendo que Benfica e Sp. Braga juntam a isto a Supertaça, enquanto o FC Porto teve duas partidas da pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Porém, constata-se que só três reforços já ultrapassaram a barreira dos 1000 minutos: no FC Porto, Felipe e Alex Telles têm 1440 e 1415 minutos, respectivamente (Óliver Torres, com 988, está lá perto), e no Sp. Braga a cara nova mais utilizada é Rosic (1080 minutos).

No extremo oposto, há quatro futebolistas que chegaram no Verão como reforços mas ainda aguardam pelos primeiros minutos competitivos pela equipa principal: Kalaica no Benfica, João Carlos Teixeira no FC Porto, e no Sporting Meli e Spalvis (o avançado lituano sofreu uma lesão grave no joelho direito durante a pré-temporada). Em Braga, o regresso do uruguaio Luis Aguiar não foi convincente e, após três minutos contra a AD Oliveirense, na terceira eliminatória da Taça de Portugal, a rescisão do contrato foi consumada na segunda-feira.

Alguns dos reforços mais caros do Verão continuam sem conseguir afirmar-se nas respectivas equipas. O argentino Alan Ruiz implicou um investimento global do Sporting na ordem dos oito milhões (4,8 milhões pela aquisição dos direitos económicos e 3,2 milhões em outros encargos), mas nos sete jogos em que vestiu a camisola “leonina” só cumpriu os 90’ numa ocasião – precisamente na primeira jornada. Recrutado em final de contrato com o Sporting, André Carrillo custou mais de 6,6 milhões ao Benfica (um valor que engloba encargos com intermediação e o prémio de assinatura do futebolista) mas ainda não fez mais de 297 minutos às ordens de Rui Vitória.

Laurent Depoitre e Willy Boly estão entre as contratações mais caras feitas pelo FC Porto no Verão – a SAD “azul e branca” não detalhou os valores, mas referiu no relatório e contas de 2015-16 que as aquisições de Alex Telles, Depoitre e Boly tiveram “um valor global de 19 milhões de euros”. Se o defesa brasileiro está a justificar o investimento, o mesmo não pode dizer-se até agora do avançado belga (241 minutos) nem do defesa francês (180 minutos). Contratados por valores a rondar o milhão de euros, segundo o portal especializado Transfermarkt, tanto Marko Bakic (180 minutos em sete jogos, seis deles como suplente utilizado) como Tomás Martínez (102 minutos em três jogos, um a titular) ainda não se afirmaram no Sp. Braga.

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