Bencic segue pisadas da mentora Hingis

Serena Williams chega aos quartos-de-final de um torneio do Grand Slam em 2014

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Belinda Bencic eliminou Jelene Jankovic no Open dos EUA Streeter Lecka/AFP

Belinda Bencic ainda se lembra do primeiro encontro oficial que disputou, num torneio nacional: “perdi 6-0, 6-0”. A suíça tinha quatro anos e a adversária, 10. O pai (e treinador) sempre lhe disse que, diante de jogadoras mais velhas, ganhar dois jogos já era uma vitória. Daí que várias vezes, Belinda chegava à rede após perder um encontro e exclamava “Ganhei!”, antes de ser imediatamente corrigida pela vencedora. “Agora tento ganhar seis jogos em cada set”, frisou a tenista de 17 anos. Nos últimos dias precisou mesmo de ganhar sete jogos para eliminar adversárias do top 10: Angelique Kerber (7.ª) e (na noite de domingo) Jelena Jankovic (10.ª), ex-líder do ranking e finalista do Open em 2008.

“Estou tão cansada”, admitiu Bencic depois de se estrear no Arthur Ashe Stadium, com uma vitória, por 7-6 (8/6), 6-3, e tornar-se na mais jovem quarto-finalista do Open desde Martina Hingis, a sua mentora, em 1997. “É espantoso ouvir isso, estou tão orgulhosa”, disse Bencic. E foi sob o olhar de Hingis que a suíça entrou no maior court do mundo, com capacidade para 23 mil espectadores. “Estava esmagada, tudo era enorme. Depois, habituei-me e o court ficou um pouco diferente”, explicou.

E a partir do 3-5, o encontro também foi diferente: “quebrou” Jankovic por duas vezes, quando a sérvia serviu para fechar o set e salvou três set-points, para levar a discussão para o tie-break, onde confirmou o seu ascendente. Depois, foi continuar a seguir os conselhos de Hingis: ser agressiva, aguentar as trocas de bola e insistir na direita de Jankovic para evitar a esquerda ao longo da linha.

Entre os sete e os 15 anos, Bencic treinou-se diariamente na escola de ténis de Melanie Molitor, mãe da campeã suíça, à qual ainda recorre pontualmente. No início do ano, teve de passar pela fase de qualificação no Open da Austrália, antes de perder (6-0, 7-6) na segunda ronda com a futura campeã, Li Na. Mas, em Abril, uma meia-final em Charleston e a entrada nos quadros de Madrid e Roma, sempre depois de vir do qualifying, retiraram-lhe quaisquer dúvidas sobre as suas capacidades. E este ano, 12 meses depois de ser a principal favorita no torneio júnior, regressou ao Open dos EUA como 58.ª mundial e a mais nova tenista do top 100.

Nos quartos-de-final, Bencic vai defrontar outra tenista que tem devorado cabeças de série, a chinesa Peng Shuai (39.ª), vencedora da checa Lucie Safarova (15.ª), por 6-3, 6-4.

Na parte superior do quadro, Serena Williams afastou ontem a estoniana Kaia Kanepi (49.º), com um duplo 6-3. A líder do ranking que, este ano, ainda não tinha chegado tão longe em torneios do Grand Slam, defronta agora a italiana Flavia Pennetta (12.ª), igualmente de 32 anos.

No torneio masculino, Roger Federer teve de esperar pela sessão nocturna de domingo – e pela passagem da tempestade que interrompeu os encontros durante duas horas (só haverá tecto amovível em 2017) – para recuperar de um surpreendente 2-5, diante de Marcel Granollers (42.º). Embora já não tenha ido a tempo de salvar o set inicial, Federer acabou por arrasar o espanhol por 4-6, 6-1, 6-1 e 6-1.

A terminar a jornada, Grigor Dimitrov (8.º) eliminou David Goffin (56.º), cujo estado de graça que lhe permitiu eliminar João Sousa durou somente um set: 0-6, 6-3, 6-4 e 6-1.

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