Bem pode Pep Guardiola falar de “apenas mais dois jogos de futebol” referindo-se à meia-final da Liga dos Campeões entre Bayern Munique e Barcelona. O resto do mundo terá opinião diferente sobre esta eliminatória, que será muito mais do que dois simples jogos de futebol. Especialmente quando, a 6 de Maio, o treinador catalão regressar a Camp Nou pela primeira vez desde 2012 – e agora como adversário. Será o duelo entre a criatura (Barcelona) e o criador (Pep Guardiola), que juntos conquistaram nada menos do que 14 troféus em quatro temporadas (de 2008-09 a 2011-12) e marcaram uma era do futebol mundial. A outra meia-final consistirá num duelo entre Real Madrid e Juventus, dois emblemas que já se defrontaram 16 vezes nas provas da UEFA, incluindo a final da Champions em 1997-98.

Numa fase em que já só restam colossos na Liga dos Campeões (juntos, os quatro semifinalistas somam 21 títulos europeus), o sorteio das meias-finais ditou uma eliminatória carregada de significado. O Barcelona-Bayern Munique vai opor duas das equipas mais admiradas da actualidade, com identidades muito próprias e repletas de craques de dimensão mundial. “É um jogo especial porque o Pep Guardiola vai lá estar, mas também é especial para mim e para os jogadores. É uma data óptima para todos os adeptos do Barça”, admitiu o treinador dos catalães, Luis Enrique. “Será a primeira vez que enfrento o Guardiola, e que ele defronta o Barcelona. Vamos entrar em campo com o objectivo de ganhar os dois jogos, em casa e fora”, acrescentou.

Fazê-lo também será uma forma de exorcizar as memórias de 2012-13, quando Barcelona e Bayern se cruzaram nas meias-finais da Liga dos Campeões. Os bávaros venceram 4-0 em Munique e 0-3 na Catalunha, com Jupp Heynckes e “Tito” Vilanova nos bancos. “No ano passado jogámos com o Real Madrid, este ano é o Barcelona. Fico feliz pela oportunidade de os defrontar, mas são apenas mais dois jogos de futebol”, resumiu Pep Guardiola.

A outra meia-final colocou a Juventus, vista como o adversário mais apetecível do lote, no caminho do Real Madrid. Os bianconeri estão nesta fase da Liga dos Campeões pela primeira vez em 12 anos e defrontam os campeões em título, mas não é por isso que a ambição é menor: “O favoritismo não está do nosso lado, mas queremos dar tudo por tudo e estou certo de que temos jogadores para isso”, sublinhou Pavel Nedved, ex-jogador e actualmente director do emblema de Turim.

“[A Juventus] está a realizar uma temporada muito boa e já tem o título praticamente garantido em Itália, pelo que pode concentrar-se totalmente na Liga dos Campeões. Estamos confiantes de que vamos concretizar o nosso sonho e atingir novamente a final”, defendeu o treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti, que orientou os bianconeri entre 1998-99 e 2000-01, levando-os a uma meia-final da Champions (perdida para o Manchester United).

Possível final italiana
O sorteio da Liga Europa ditou que o campeão Sevilha vai disputar a presença na final de Varsóvia com a Fiorentina. Os andaluzes, onde jogam os portugueses Beto, Daniel Carriço e Diogo Figueiras, venceram a prova em 2005-06, 2006-07 e 2013-14. O outro finalista sairá do duelo entre Nápoles e Dnipro, a grande surpresa entre os semifinalistas.