Avaliação individual: Nani escapou à desgraça colectiva

Avaliação individual dos jogadores.

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Uma tarde para esquecer na selecção portuguesa Darren Staples/Reuters

Rui Patrício (nota 4 em 10)
Nervoso como o resto da equipa no início da partida, quase comprometia quando colocou a bola nos pés de Khedira (12’). Pouco podia fazer nos primeiros golos sofridos – até adivinhou o lado do remate no penálti – mas aos 78’ deitou tudo a perder quando largou a bola e a deixou à mercê de Müller, que encostou para o 4-0.

 
João Pereira (3)
O lateral direito viveu uma tarde absolutamente penosa e Götze contribuiu muito para o pesadelo acordado de João Pereira: o português esteve mal a defender, mal a atacar, com os passes errados a sucederem-se. O descalabro culminou na grande penalidade que cometeu e deu o primeiro golo à Alemanha.

Bruno Alves (4)
Tentou manter a estabilidade no sector mais recuado da selecção, nomeadamente após a expulsão de Pepe. Mas não conseguiu fugir à regra: foi, tal como Pepe, superado por Hummels em plena pequena área no lance do 2-0.


Pepe (2)
As coisas não estavam a correr bem para Portugal, que contava já com dois golos de desvantagem no encontro de estreia no Mundial. Mas ficaram consideravelmente mais complicadas depois do momento de loucura protagonizado por Pepe. Após ter derrubado Thomas Müller quando este surgiu em posição perigosa para ameaçar a baliza de Rui Patrício, o defesa foi encostar a sua cabeça na do avançado alemão. Viu o cartão vermelho, como é óbvio, deixando a equipa nacional não só em desvantagem no marcador como também em inferioridade numérica. Um gesto impensável numa fase final de um Campeonato do Mundo e que definitivamente deitou por terra as aspirações da selecção a um resultado positivo na partida disputada no Arena Fonte Nova. O defesa internacional português nem sequer é estreante neste tipo de situações, mas torna-se difícil tentar encontrar explicações para atitudes como esta. Arrisca-se a não voltar a jogar neste Mundial.

Fábio Coentrão (5)
Estava a ser um dos que conseguiram fugir à mediania na selecção portuguesa até que o azar lhe bateu à porta. Lesionou-se aos 64’ num lance em que estava sozinho e teve de ceder o lugar a André Almeida. As perspectivas não são as melhores para o lateral-esquerdo da equipa nacional, que poderá ter visto o Mundial terminar mais cedo. Falha certamente os jogos com EUA e Gana.


Miguel Veloso (4)
Sacrificado por Paulo Bento ao intervalo, quando foi necessário restabelecer o equilíbrio da defesa. Deu lugar a Ricardo Costa sem que tenha deixado muito que contar nos 45 minutos que esteve em jogo. Viu-se-lhe um roubo de bola aos 8’ que resultou num ataque perigoso, mas pouco mais.


Raul Meireles (4)
Muito apagado. Nunca foi capaz de impor-se e assumir o controlo do meio campo. Foi temporariamente obrigado a recuar para o centro da defesa no final da primeira parte, após a expulsão de Pepe, tendo regressado à posição no segundo tempo.

João Moutinho (5)
Foi o menos mau dos três do meio campo, mas isso não quer dizer que tenha estado particularmente bem. Aos 36’, na marcação de um pontapé de canto, colocou a bola exactamente na cabeça de Éder, mas o remate do avançado saiu por cima da baliza alemã.

Nani (6)
Destacou-se pela positiva na desgraça colectiva que foi a exibição portuguesa. Saiu dos pés dele a primeira ameaça da selecção, aos 25’, com um disparo que passou centímetros por cima da trave da baliza de Neuer. Na segunda parte voltou a tentar a sorte, obrigando o guarda-redes alemão a defesa apertada (75’).

Cristiano Ronaldo (5)
Ele bem tentou (foi o mais rematador, com sete disparos), mas não foi capaz. Talvez o capitão da selecção portuguesa não contasse ter de jogar os 90’ no calor baiano, mas as incidências da partida obrigaram-no. E notou-se que ainda não está fisicamente em pleno. Mesmo assim, no período de compensação, ameaçou Neuer com um forte livre directo. O que mais ficou na retina, porém, foi o gesto a pedir mais aos companheiros de equipa, ainda na primeira parte.

Hugo Almeida (4)
Foi o escolhido por Paulo Bento para o centro do ataque, mas passou apenas 28 minutos em campo que deram para fazer muito pouco. A única nota que deixou antes de ceder o lugar a Éder foi um remate que, no entanto, saiu fraco e fácil para o guarda-redes Manuel Neuer. Lesionou-se num lance com Hummels e teve de sair.

Éder (5)
O que se lhe pedia não era fácil, mas cumpriu – e vai ganhando espaço nas opções atacantes de Paulo Bento. O avançado luso-guineense conseguiu segurar várias bolas e foi ganhando faltas. Num lance aos 75’ pareceu ter sido derrubado na área por Höwedes, mas o árbitro mandou seguir.


Ricardo Costa (5)
Chamado para a segunda parte, quando Paulo Bento restabeleceu o equilíbrio na defesa, o jogador do Valência não comprometeu. E deverá ser o escolhido para fazer parceria com Bruno Alves no próximo encontro da selecção no Mundial, em Manaus, frente aos EUA.

André Almeida (5)
Jogou os 25 minutos finais no lugar do lesionado Fábio Coentrão. E, a fazer fé na estimativa do médico da selecção – um tempo mínimo de paragem de dez dias para o jogador do Real Madrid – pode ir habituando-se ao lugar.

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