Atlético de Madrid quer voltar a brilhar na Europa 40 anos depois

David Moyes aponta o Manchester United à final da Liga dos Campeões.

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Simeone quer repetir a meia-final da Champions de 1974 Susana Vera/Reuters (arquivo)

A Espanha ainda vivia sob o signo do franquismo, quando, em 1974, o Atlético de Madrid alcançou pela última vez na sua história as meias-finais da prova rainha da UEFA. Com o mítico Vicente Calderón na presidência do clube, a equipa alcançaria mesmo a final da prova, mas acabaria derrotada pelo Bayern Munique, em Bruxelas. Após uma longa espera de 40 anos, o conjunto colchonero voltou a brilhar na Liga dos Campeões, mas terá de confirmar na noite desta quarta-feira que tem estofo para contrariar a experiência do Barcelona, tal como o fez na primeira mão, na Catalunha, há uma semana, onde impôs um empate a uma bola.

A ténue vantagem do golo alcançado fora de portas é importante para o Atlético, mas não convence o treinador Diego Simeone, que não tem ilusões acerca do adversário: “Apesar do 1-1 no primeiro jogo, o Barça não vai mudar a sua forma de jogar. Procuram sempre o golo e conduzir a partida. Não esqueçamos de que fizeram recentemente quatro golos num campo aqui ao lado [em Santiago Bernabéu, frente ao Real Madrid, que o Barcelona bateu por 4-3, para a Liga espanhola]. Estão acostumados à pressão.”

A tradição recente também não contribui para grandes euforias no Vicente Calderón. O Atlético não ganha em casa ao Barcelona desde Fevereiro de 2010, quando Diego Forlán e o português Simão Sabrosa marcaram na vitória por 2-1. A boa notícia, é que bastará um empate a zero aos homens de Diego Simeone seguirem em frente. A má, é que dificilmente um adversário que conta com Messi, Neymar, Aléxis Sánchez, Pedro Rodríguez, Iniesta ou Fabregas sai em branco de uma partida.

Já o Atlético, tem em Diego Costa o seu principal argumento ofensivo, mas o brasileiro, naturalizado espanhol, está em dúvida para este encontro, depois de se ter lesionado na partida de Barcelona. “Veremos no treino [de hoje] as condições em que está”, explicou Simeone, antecipando a titularidade de Adrián, caso se verifique o pior cenário: “A equipa necessita de um jogador que esteja, no mínimo, a 90%. Um jogador a 50% na equipa não serve. O Adrián está bem, deu-nos muito na nossa primeira etapa e tenho a certeza que vai fazer [hoje] um golo.”

United acredita
Frenético será, igualmente, o ambiente no Arena Allianz de Munique, onde Bayern e Manchester United se reencontram para o desenlace final da eliminatória dos quartos-de-final da competição milionária, após o empate a uma bola na primeira mão, em Inglaterra. A viverem temporadas diametralmente opostas, as duas equipas têm na Liga dos Campeões um objectivo determinante, também por razões distintas.

O Bayern de Pep Guardiola já fez história no campeonato alemão, ao conquistar o título mais rápido de sempre na Bundesliga, confirmado a sete jornadas do fim da prova. Mas este recorde será absolutamente desvalorizado caso a equipa não chegue, pelo menos, às meias-finais da prova da UEFA.

Já o United de David Moyes parte com outra perspectiva para a eliminatória. A viver a sua pior temporada de sempre na Premier League, a formação de Manchester tem na Champions a derradeira oportunidade de salvar a época.

O empate no primeiro jogo em Old Trafford não foi um resultado brilhante, mas motivou Moyes, que tem digerido resultados bem mais comprometedores em casa ao longo dos últimos meses: “Será um jogo enorme e vamos dar tudo para chegarmos às meias-finais. Vamos precisar de uma excelente prestação de todos os jogadores e não nos podemos dar ao luxo de ter alguns que não se apliquem”, avançou o treinador escocês, ontem.

Moyes garantiu ainda que Wayne Rooney, peça fundamental na equipa, será titular em Munique, apesar do jogador estar lesionado no dedo de um pé.

Mais preocupações tem Pep Guardiola, que não poderá contar com alguns elementos importantes como Thiago Alcántara (lesionado) Schweinsteiger e Javi Martínez (castigados). Mesmo assim, o técnico catalão está confiante na vitória, que encerraria um ciclo pouco habitual de três partidas sem triunfos: “Temos de atacar bem, jogar melhor do que jogámos em Manchester. Mas tivemos cinco ou seis oportunidades, e eles só tiveram uma, a do golo de Vidic.”

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