1962-1971 Sean Connery

Foi o primeiro James Bond no cinema. Estávamos em 1962 e Dr. No chegava às salas com Sean Connery, então pouco conhecido, no papel do Agente 007. Connery foi um Bond inteligente, sedutor e muito espirituoso. Tinha um charme natural. Não é por acaso que se tornou num dos sex symbols da saga. Tinha todo o tipo de gadgets, tantos deles irrealistas. O seu reinado durou seis filmes, entre 1962 e 1971. Ursula Andress foi a primeira a render-se aos seus encantos.

1969 George Lazenby

O retrato que o australiano fez do espião mais famoso do mundo aproximava-o mais do espectador e menos do imaginário de um super-herói. Lazenby foi um James Bond mais emotivo do que aquele de Connery. Sem grandes artefactos ou artimanhas, o actor deu-nos um agente secreto menos ligado à acção mas ao coração. Foi, aliás, o único que casou. Casamento, esse, com um final trágico. Teve como pano de fundo o Estoril mas a mulher acabou assassinada.

1973-1985 Roger Moore

E depois veio Roger Moore e James Bond seguiu uma direcção completamente diferente daquela de Lazenby. Com Moore, o Agente 007 ficou mais divertido. Uma boa piada nunca lhe falhou. Foi, provavelmente, o mais politicamente incorrecto, especialmente no que diz respeito às mulheres. Foi um sedutor, como Connery, mas numa versão mais exagerada. Talvez mais satírica até. Tal como os vilões que o acompanharam ao longo de sete filmes, de 1973 a 1985, entre eles a Mayday de Grace Jones, o Jaws de Richard Kiel ou o Nick Nack de Hervé Villechaise.

1987-1989 Timothy Dalton

Sisudo, austero e intenso. Discreto, por vezes. Em Risco Imediato e Licença Para Matar, James Bond tornou-se num espião menos carismático. Ficou sério numa realidade cada vez mais obscura. Também saltava de aviões e seduzia Bond Girls, mas sempre de cara fechada.

1995-2002 Pierce Brosnan

Depois de um hiato de seis anos. Ao 17.º filme, Bond, James Bond, é um espião moderno e sofisticado. Sempre gracioso mas pronto para qualquer tipo de acção, fosse num casino ou a conduzir um tanque. Brosnan fez de Bond ainda mais um herói de acção, lembrando-nos um pouco o agente dos anos 60 de Sean Connery.

2006-2015 Daniel Craig

O primeiro Bond de cabelos louros. E também o mais baixo. O James Bond dos tempos modernos tem tanto de bruto como de coração mole. Tão vulnerável, por vezes. É um homem de grande intuição mas também de alguma ingenuidade. E um engatatão, sempre, e mostra mais o corpo do que qualquer um dos seus antecessores.

Após quatro filmes, Daniel Craig chegou a dizer que preferia cortar os pulsos do que voltar a ser 007, mas já voltou atrás e admite ficar para, pelo menos, mais uma missão. Mas, ao contrário dos diamantes, não será eterno. Se ele já quebrou o molde em relação aos outros, será que Bond pode ser no futuro o que nunca foi no passado? Negro? Homossexual? Uma mulher? Craig diz que pode “ser qualquer coisa, desde que seja credível e resulte".