É um pequeno rio que tem nascente e foz no Minho. Brota na serra do Oural, Vila Verde, e desagua em Esposende, Antas de um lado, Castelo do Neiva do outro. São apenas 45 quilómetros de curso que, no entanto, transportam "um património valiosíssimo". As palavras são de António Azevedo, fundador da Associação Rio Neiva, criada há 35 anos para dar corpo à defesa do pequeno rio que era fonte de sobrevivência de muitas aldeias. "É um dos pequenos rios portugueses mais belos e de magia rara", sublinha, por sua vez, o antropólogo Álvaro Campelo.
O Luís Octávio Costa e o Paulo Pimenta fizeram-se à estrada e foram à procura "dos recantos pitorescos de um rio poético", inspirador para Sá de Miranda, o poeta das margens do Neiva, onde viveu cerca de duas décadas. Encontraram paisagens bucólicas, vestígios de actividade moageira, engenhos de serração e irrigação, testemunhos que foram capazes de resistir à erosão dos tempos e da água. Cruzaram pontes e entraram em capelas e santuários, lugares de romagem há séculos. E ouviram muitas histórias que desaguam sempre no rio.
"Todos aprenderam a nadar no rio. Calcorrearam-no todo — de canoa, de carro e de bicicleta —, acamparam nas suas margens e recolheram testemunhos que o mantêm vivo", escreve o Luís Octávio Costa, que traça um belíssimo retrato deste Neiva desconhecido para muitos.
É deixar-se embalar pelo marulhar das águas. Bom fim-de-semana e boas fugas!