Pedrógão Grande visto do espaço – antes e depois

Imagens de satélite da ESA mostram a região do Pinhal Interior antes e depois do grande incêndio em Pedrógão Grande. Compare o antes e depois, usando o cursor no centro ou clicando na imagem.

ESA/Belspo produced by VITO

Há duas imagens de satélite sobrepostas neste trabalho. O foco é a zona do Pinhal Interior onde a 17 de Junho de 2017, um sábado, começou o pior incêndio florestal do país, no concelho de Pedrógão Grande.

É possível ver cada uma das imagens por inteiro, fazendo correr o cursor – que se encontra no meio da imagem – para a direita (imagem satélite antes do incêndio) e para a esquerda (imagem depois do incêndio, feita a 20 de Junho de 2017, isto é, cerca de 72 horas após o início da tragédia que matou 64 pessoas.

Na imagem depois do incêndio, o minissatélite Proba-V da Agência Espacial Europeia (ESA na sigla original inglesa) “capturou o incêndio (…) revelando manchas enegrecidas e colunas de fumaça”, como descreve a própria ESA, que revelou a imagem publicamente um dia depois da sua produção, ou seja, na quarta-feira, 21 de Junho.

A aldeia de Nodeirinho, “lar de muitas das baixas, está situada no meio das manchas negras”, assinala a ESA.

Todos os pontos vermelhos visíveis nessa imagem são chamas. O traço negro mais carregado que serpenteia pelo centro da imagem é o rio Zêzere. Como se vê, as chamas galgaram as margens em Pedrógão Grande fazendo-o quase desaparecer da imagem obtida na terça-feira.

Quanto à imagem antes do incêndio (visível quando se faz correr o cursor para a direita), foi obtida a 19 de Maio de 2017, ou seja, um mês antes do incêndio que teve início a 17 de Junho.

Os tons de algumas cores, como o verde, podem diferir entre as duas imagens, seja por razões naturais – há um mês de diferença entre ambas as imagens – ou pelas características da imagem – a primeira, obtida em Maio. tem uma resolução de 100m.

O Proba-V foi lançado a 7 de Maio de 2013. O “V” significa Vegetação, contribuindo para o programa europeu Copernicus, que antes de ter este nome era conhecido em inglês pelas siglas GMES, de Global Monitoring for Environment and Security (algo como Monitorização Global para o Ambiente e a Segurança). O programa Copernicus disponibiliza estas imagens livremente às autoridades a mais de 1100 utilizadores, registados em 108 países.

A sua “visão ampla e a órbita polar significam que este revisita todos os pontos do solo terrestre a cada dois dias”, salienta a ESA. Sobrepondo depois as nuvens, é possível obter um compósito novo da superfície do globo terrestre a cada dez dias, destaca a agência, sediada em Paris. Victor Ferreira