Ex-inspector da PJ lidera empresa de consultoria e investigação

Primus Lex tem um ano e já movimenta largos milhares de euros

Grandes empresas, que movimentam milhões de euros, são cada vez mais clientes das chamadas empresas de consultoria e investigação. Estas são uma versão emergente no mercado nacional da investigação privada. Se os detectives que anunciam nas páginas de classificados dos diários se debruçam mais sobre as infidelidades, as empresas de consultoria procedem à recolha da grande informação comercial e industrial.A Primus Lex é uma dessas empresas. Tem cerca de um ano de existência e é liderada por Paulo Pereira Cristóvão, ex--inspector da Polícia Judiciária. "Aqui [na empresa que dirige] existem facturas e contabilidade. Há responsabilidade e todos os funcionários são alvo de uma escolha criteriosa", diz.
Paulo Cristóvão, que recentemente editou um livro relacionado com as investigações policiais respeitantes à morte, no Algarve, da pequena Joana Cipriano - há duas semanas editou outro livro na mesma linha, desta vez sobre o desaparecimento de Madeleine McCann, também no Algarve -, diz que a sua empresa, apesar de só ter um ano de actividade, já movimenta um capital de largos milhares de euros, verba essa quase toda proveniente de contratos de avença com empresas de áreas diversas. "Também temos solicitações para trabalhar nos assuntos de família, nomeadamente nas infidelidades, mas essas são uma percentagem muito pequena do nosso trabalho", diz.
Acerca da realidade nacional dos detectives privados, Paulo Cristóvão entende que a maioria não é de confiança. "São charlatães que atendem em bancos de jardim e que usam e abusam da confiança das pessoas", refere o antigo investigador de casos de banditismo e crimes económico-financeiros, lembrando que "seria lógico que a maior parte dos detectives privados fossem ex-polícias". "É necessário que quem executa estas tarefas saiba que pode observar pessoas mas não tem competência para efectuar investigação criminal."
Na Primus Lex trabalham actualmente a tempo inteiro
oito pessoas. Paulo Cristóvão garante, no entanto, que existe um leque mais alargado de colaboradores que executa tarefas em todo o país e até no estrangeiro. "As solicitações internacionais aumentam à medida que aumenta a credibilidade da empresa", afirma o ex-polícia, dando como exemplo uma investigação recente que obrigou o seu pessoal a ter de estabelecer contactos em França e Angola. J.B.A.

Sugerir correcção