Dúvidas sobre capacidade profissional dos clínicos

Os 44 médicos cubanos vieram contratados por três anos e estão colocados em nove centros de Saúde do Alentejo, cinco do Algarve e um da região de Lisboa e Vale do Tejo. O Ministério da Saúde sublinha que têm mais de dez anos de experiência profissional.

Mas a Ordem dos Médicos, através de Pedro de Vasconcelos, afirma que só estão autorizados por este organismo de classe a exercer Medicina e não Medicina Geral Familiar em concreto, que é uma especialidade - tal como Cardiologia, por exemplo. Questionado a este propósito, o Ministério da Saúde nota que há igualmente "cerca de 800 médicos portugueses a exercer em centros de saúde sem a especialidade de Medicina Geral e Familiar".

Pedro Souto afirma que não duvida das capacidades dos seus colegas cubanos e até reconhece que "são absolutamente necessários ao concelho de Odemira", onde existem oito mil pessoas sem médico de família. Mas critica a forma com estão enquadrados socialmente. Vivem em casas cedidas pelos municípios onde foram colocados e, no caso de Odemira, "vão comer ao refeitório da câmara". Só podem trabalhar dois a dois e até ao momento ainda não começaram a exercer Medicina, apesar de terem chegado em Agosto.

"É um problema temporário até eles ficarem familiarizados com o nosso sistema informático, etc.", justifica o Ministério da Saúde, frisando que os clínicos devem ser tutelados neste período de adaptação. Em Portugal, há cerca de 4400 médicos estrangeiros, que representam já 11 por cento desta classe profissional no país. A maior parte é oriunda de países comunitários, sobretudo de Espanha, mas também há muitos sul-americanos, principalmente brasileiros.

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