Cavaco Silva escusa-se a comentar situação política na ilha de Jardim

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Cavaco visitou ontem algumas das zonas afectadas pelo temporal DR

Caso BPN voltou à agenda. O PR afirmou que os administradores estavam em part time; o banco diz que tem quatro administradores a tempo inteiro

"Um presidente não deve participar na luta partidária", justificou ontem, na Madeira, Cavaco Silva instado a pronunciar-se sobre as críticas de falta de democracia nesta região feitas pelos partidos da oposição."Serei sempre Presidente de todos os portugueses, acima de todos os partidos. Nunca me deixarei instrumentalizar por nenhuma força política e jogo de interesses, não estou no jogo partidário", prometeu.

Cavaco também não quis comentar as acusações de cumplicidade com a situação madeirense feitas por Manuel Alegre no debate televisivo, por ter, numa visita oficial à região, "recebido num quarto de hotel" os partidos de oposição que Alberto João Jardim classificara de "bando de loucos" para justificar a não realização de uma sessão de boas-vindas ao Presidente da República no parlamento regional, como era tradicional e viria também a acontecer nos Açores. "Não respondo a essa pergunta", disse o candidato na Encumeada, à saída do almoço com mandatários e dirigentes regionais dos dois partidos apoiantes (PSD e CDS). Presente esteve Jardim que, mais tarde, o acompanhou na arruada pela baixa do Funchal e interveio no grande jantar-comício no Tecnopólo.

Neste "arranque [da campanha] em parte de Portugal", como sublinhou, Cavaco Silva optou por falar do " bom tempo, apesar de ser Inverno, aqui na Madeira", da "satisfação e esperança" com que regressa à ilha, da "garra, fibra, e generosidade que esteve presente nos madeirenses" após o temporal de Fevereiro e, ainda, da "generosidade que foi mostrada por todos os portugueses em relação" a esta região. "Somos uma país pequeno que tem um coração grande", frisou o "candidato que não deixa de ser Presidente".

Também na Madeira, de onde parte esta tarde para os Açores, Cavaco respondeu ao repto lançado pelo candidato José Manuel Coelho para, por questões de coerência, excluir da comissão de honra da sua candidatura os dois administradores do BPN que acusou de má gestão. O problema "pode estar na escolha do modelo" ou no facto de serem "administradores em part time", admitiu. Em reacção às declarações de Cavaco, o BPN lembrou ontem que a instituição nacionalizada em 2008 tem quatro administradores em regime de exclusividade. "A administração do BPN é composta por sete elementos, tal como a da CGD, sendo que quatro estão em exclusividade", afirma fonte oficial do BPN, garantindo que "não faz mais qualquer comentário", sobre esta matéria, remetendo mais informações para o comunicado emitido a 30 de Dezembro.

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