ASAE detecta falhas na higiene de três cantinas e um bar hospitalares

Cozinha do Hospital
de Leiria já reabriu e o D. Estefânia volta a funcionar no final da semana. O Santa Maria vai construir uma nova cozinha

a Apesar de ter culminado com o encerramento temporário das cantinas de três hospitais (em Lisboa e Leiria) e de um bar de uma unidade de saúde no Porto, o balanço da operação terça-feira levada a cabo pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) é "bom". Afinal, a falta de condições higieno-sanitárias que fundamentou a ordem de suspensão circunscreveu-se aos quatro estabelecimentos, quando foram fiscalizadas, no total, 75 unidades de saúde, acentuou ontem Manuel Lage, assessor de imprensa da ASAE. Além disso, uma das três cantinas encerradas, a do Hospital de Santo André (Leiria), já reabriu ontem, depois de terem sido corrigidas "as pequenas desconformidades" detectadas e a do Hospital de D. Estefânia (Lisboa) deverá reabrir até ao fim desta semana.
Quanto à cozinha do Hospital de Santa Maria, onde eram confeccionadas cinco mil refeições por dia, essa apenas deverá reabrir em Abril do próximo ano, após a construção de uma nova infra-estrutura, uma obra orçada em 17 milhões de euros e que já estava programada há muito tempo, adiantou o assessor do estabelecimento, Pinto da Costa.
Em Leiria, durante a noite de ontem, os funcionários conseguiram resolver os problemas de exaustão e das tubagens e pintaram as zonas mais negras das paredes, explicou o administrador Hélder Roque. Este hospital tem já concluído o projecto de arquitectura de uma nova cozinha, no âmbito do processo de recuperação global do edifício e, durante este mês, será lançado um concurso para a sua construção. Assim, o resultado da fiscalização da ASAE "antecipou uma decisão em curso de execução", acrescenta a administração.
Para além das suspensões, foram instaurados 48 processos de contra-ordenação, mas basicamente por questões administrativas (ausência do Sistema de Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos, falta de livros de reclamações, etc.), apesar de terem sido encontrados igualmente casos de congelação indevida. Ainda assim, nada que ponha em risco a saúde pública, sublinhou Manuel Lage. Na operação de terça-feira, planeada há já algum tempo, estiveram envolvidas 31 brigadas da ASAE.
Em Dezembro do ano passado, a Inspecção-Geral da Saúde (IGS) enviou para a ASAE as conclusões de uma acção que incidiu justamente sobre a qualidade da alimentação fornecida aos doentes internados. Um relatório em que alertava já para a necessidade de se aferir em bloco a qualidade e a segurança da alimentação dos doentes internados.
Os inspectores detectaram várias falhas nos 91 hospitais públicos analisados: 23 por cento apenas faziam análises para controlo microbiológico dos géneros alimentares de três em três meses, quando se recomenda uma avaliação diária, e 68 por cento não forneciam água engarrafada aos doentes.
Na altura, a IGS sensibilizou também as administrações hospitalares para a necessidade de cumprimento da directiva sobre a higiene da alimentação, em vigor desde Janeiro de 2006.

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