cartas à directora

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O erro errado

O ministro da Economia tem por referência política a "luta contra os interesses instalados". Naturalmente, escolheu secretários de Estado alinhados com esse objectivo. Contudo, há por aí indícios de falta de coerência política no prosseguimento desse desígnio civilizacional.

O (ex)secretário de Estado da Energia pretendeu "mexer" nas chorudas rendas da EDP e proteger os portugueses da cada vez maior carestia das tarifas eléctricas.

O secretário de Estado dos Transportes permitiu o duplo pagamento (aliás, "dupla tributação") à Lusoponte das portagens da Ponte 25 de Abril no passado mês de Agosto, protegendo aquela empresa no cumprimento de um contrato esquisito.

Qualquer um deles ali esteve, alinhado com o ministro, na "luta contra os interesses instalados". O primeiro, contra os "interesses instalados" dos chineses ("mexidos" com um ou outro português bem "instalado"), que é, obviamente, obter as maiores rendas (e gratificações gestionárias) possíveis da exploração da EDP. O segundo, contra os "interesses instalados" dos portugueses (e, mesmo, de alguns chineses mal "instalados"), que é, evidentemente, pagarem o menos portagens e impostos possível.

E, todavia, com diferentes consequências. O secretário de Estado da Energia terá sido obrigado a demitir-se voluntariamente "por razões pessoais". Já o secretário de Estado dos Transportes foi segurado no cargo, talvez por "razões impessoais".

É que, explicam-nos politólogos, especialistas e comentadores "residentes", omnipresentes e omniscientes, qualquer dos secretários de Estado cometeu um grave erro político. Só que em Portugal até já aos erros chegaram as desigualdades. Para já, aos erros de secretários de Estado, mas nunca se sabe até onde é que estas injustiças erráticas alastram.

Pois! Pelos vistos, para o critério do Governo, um, o secretário de estado dos Transportes, praticou um erro certo. O outro, o secretário de Estado da Energia, cometeu um erro errado.

João Fraga de Oliveira,

Santa Cruz da Trapa

o PúBLICO ERROU

Ontem escreveu-se que a lista de Passos Coelho para o conselho nacional perdeu 25 dos 70 lugares. Na verdade, a lista do presidente do PSD conquistou 25 dos 70 lugares. As nossas desculpas.

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