Vatileaks "Twitter do Papa pode sinalizar mudança na Cúria Romana"

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Gianluigi Nuzzi defende o mordomo Paolo Gabriele (em baixo à esq.) e é implacável com o cardeal Tarcisio BertoneBento XVI envia o primeiro tweet, na quarta-feira, dia 12 Nuno Ferreira Santos

As "cartas secretas de Bento XVI" levaram à prisão do mordomo do Papa, mas Gianluigi Nuzzi, o jornalista italiano que as divulgou, não sente remorsos nem medo. O autor de Sua Santidade garante que este livro "documenta a perspectiva da verdade" sobre escândalos que atingem a Igreja Católica. Dois vaticanistas, Sandro Magister e Bernard Lecomte, criticam uma obra "sem investigação e nada de novo"

Numa data que não se repetirá (12-12-12), o Papa activou a sua conta de Twitter, em sete línguas (uma delas, o português), com o nome de utilizador @pontifex. Não demorou a que, logo após a primeira mensagem, tivesse mais de um milhão se seguidores - uns reagindo com gratidão; outros com escárnio, ironia e até ofensa. Para Gianluigi Nuzzi, autor de Sua Santidade, As Cartas Secretas de Bento XVI, livro que levou à detenção do mordomo de Joseph Ratzinger, o que o mundo viu em directo, na quarta-feira passada, a partir da Santa Sé, foi "mais do que um gesto simbólico e pode ser um sinal de mudança" na Cúria Romana.

O perfil @pontifex é um dos mistérios que o receptor da fuga de informações designada por Vatileaks ainda não decifrou depois de ter descodificado as centenas de documentos que o camareiro Paolo Gabriele, agora sob interrogatório, lhe fez chegar às mãos, num "golpe de sorte" assumido. "Sei que, no Verão passado, a pretexto de férias particulares em Roma, Mark Zuckerberg foi recebido em audiência pelo Papa ou pelo seu "primeiro-ministro", o cardeal Tarcisio Bertone; gostava muito de saber de que falaram", diz Nuzzi ao PÚBLICO, numa entrevista, num hotel em Lisboa. A adesão à rede de micoblogging, que atraiu personalidades como Barack Obama e o Dalai Lama, e tem 140 milhões de utilizadores activos, indicia que "não terá havido acordo para uma página no Facebook"

"Espero, agora, que Gabriele, católico devoto e pai de três filhos, também possa contar ao mundo a razão por que me deu as cartas secretas; relatar o modo como foi detido. Não se prende um inocente porque tirou fotocópias. Ele não é pedófilo, então por que está preso, se nem os pedófilos estão presos no Vaticano? Não posso negar que foi uma das minhas ["cerca de 20"]fontes, porque me identificou como interlocutor. Não me responsabilizo por ele estar encarcerado. É um homem de coragem absoluta. Tem fé e mantém o equilíbrio emocional. Sabíamos que ambos corríamos riscos, mas não carrego culpa."

Paolo Gabriele, de 42 anos, era como "uma sombra, atento a cada necessidade, a cada suspiro", que seguia o Papa em todas as viagens pelo mundo, segundo Nuzzi. Conhecia bem a rotina diária no terceiro piso do Palácio Apostólico: Bento XVI acorda todas as manhãs pelas 6h30-6h45, celebra eucaristia na capela privada às 7h30; reza o "breviário" às 8h; e às 8h30 toma um pequeno-almoço de "leite, café descafeinado, pão com manteiga e marmelada e, raramente, uma fatia de bolo".

Paolo Gabriele era membro da restrita "família pontifícia", juntamente com Carmela, Loredana, Cristina e Rosella (membros do movimento Comunhão e Libertação), e ainda dois secretários particulares: o presbítero alemão Georg Gänswein e o escriturário maltês Alfred Xureb. O estilo de vida do actual Papa "é quase monástico", observa Nuzzi.

À hora de almoço, Paulo VI privilegiaria a companhia dos seus secretários. João Paulo II preferia, supostamente, convidar bispos e cardeais. Bento XVI partilhará as refeições, na cozinha, com quem lhe prepara "pratos simples", como penne com salmão e sopa de legumes. A sua sobremesa favorita, "por ele [que é "quase abstémio"] apelidada jocosamente de "virgens bêbedas", assemelha-se a um muffin macio, aromatizado com algumas gotas de álcool para doces."

Uma vez que Gabriele o servia à mesa, pode esperar-se perdão do Papa? "No Vaticano, poucas linhas são direitas; tudo é altos e baixos", comenta Nuzzi. "O que é mais importante - manter Paolo detido para que ninguém o imite? O que acontecerá, se ele for libertado? Poderá fazer mais revelações? Todas as tentativas para o desacreditar perderam legitimidade. Até a alegação de que ele tinha na sua posse uma pepita de ouro foi rejeitada por um magistrado como prova em tribunal."

Primeira bênção online

Se havia uma pepita de ouro, estaria nos envelopes que Gabriele, com o nome de código "Maria", entregava pessoalmente, "em dias fixos e lugares escolhidos antecipadamente", porque não podia comunicar por correio, telefone ou email.

Os efeitos de uma "situação incandescente" começaram a sentir-se no final de Janeiro deste ano, relembra Nuzzi, quando dedicou "um episódio do programa Gli Intoccabili [Os Intocáveis], no canal La7, a monsenhor Carlo Maria Viganò, o secretário-geral da Governadoria incumbido de sanear o orçamento e de pôr em ordem os cálculos dos aprovisionamentos e fornecimentos". Viganò terá sido "vítima de uma conjura, que culminou com o seu afastamento forçado para núncio apostólico em Washington", no relato de Nuzzi.

Aflui, depois, "uma série de artigos com outros documentos internos da Santa Sé, publicados nos diários Libero e Il Fatto Quotodiano". Estava garantido o sucesso mundial de um livro que, exclusivamente, na versão portuguesa (Ed. Bertrand), tem inscrita, na capa, "Como o Vaticano vendeu a alma", uma "frase-choque para, naturalmente, atrair a atenção do leitor", orgulha-se o autor, "sem pudor".

Voltando ao que um site brasileiro classificou como "a primeira bênção online de Bento XVI - "Queridos amigos, é com alegria que entro em contacto convosco via Twitter. Obrigada pela resposta generosa. De coração, abençoo-vos a todos" -, ela muda, pelo menos, uma parte da descrição que Nuzzi faz do "escritório simples" de Joseph Ratzinger, sucessor de João Paulo II como 265.º pontífice do catolicismo: "Dois telefones fixos e nenhum telemóvel. (....) As tecnologias avançadas da Casa Branca encontram-se ausentes." (Pág. 21) À medida que ia recebendo os segredos guardados na "escrivaninha papal", o que mais o surpreendeu, confessa o jornalista que já escrevera Vaticano SA (um bestseller em 2009), é "a incapacidade e a indisponibilidade de o Santo Padre levar a cabo uma purificação" da Igreja. Porque ele, argumenta, não é apenas "um teólogo dedicado ao estudo dos textos sagrados", mas também "acompanha detalhadamente espinhosas questões temporais", como os "escândalos que vão sendo geridos e ocultados".

O Papa, insiste Nuzzi, "é vítima de uma "lei de Estado" que hipoteca qualquer mudança". Esta avaliação contradiz, porém, o modo como concluiu a entrevista ao PÚBLICO. "Sim, claro que a Cúria Romana pode ser reformada. Já estão em marcha processos de transparência. O meu livro saiu em Maio, em Itália; em Setembro, Ettore Gotti Tedeschi, presidente do IOR [Instituto para as Obras Religiosas], banco do Vaticano, foi demitido por ter violado leis contra o branqueamento de capitais. E a transparência irá ser acelerada, devido à crise financeira e à crise das vocações. É preciso que a democracia chegue aos palácios sagrados."

Os "pecados" de Bertone

"Não escrevi um livro contra a Igreja, até porque não sou anticlerical, mas uma denúncia forte da hipocrisia desconhecida, da ambição de poder das batinas longas", sublinha Nuzzi. "Limitei-me a documentar histórias não-conhecidas, mas é certo que Bertone é um problema. Sabíamos algumas coisas, sobre rivalidades na Cúria, corrupção e escândalos de pedofilia, mas faltava-nos a perspectiva da verdade; como os factos realmente ocorreram".

As cartas publicadas por Nuzzi acusam Bertone, de 77 anos, de ter ordenado a transferência de Carlo Maria Viganò para a nunciatura em Washington quando este procedeu a uma "limpeza nas contas", transformando um "défice superior a 7,8 milhões de euros, em 2009, num excedente de 34,4 milhões" no ano seguinte; de ter difamado Dino Boffo, ex-director do jornal Avvenire, numa campanha insinuando que este era suspeito de "assédio homossexual"; ou de - numa alegada tentativa de expandir autoridade para além das muralhas do Vaticano e consolidar a sua base em Milão - ter demitido o titânico antigo arcebispo da cidade, cardeal Dionigi Tettamanzi, da direcção do Instituto Toniolo, fundação religiosa que controla a Universidade Católica.

Bertone, que em 2002, então monsenhor, desvalorizava a pedofilia como "uma doença que apenas atinge uma ínfima minoria de sacerdotes", é ainda criticado por ter "ignorado os abusos sexuais e psicológicos" exercidos pelo fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel, que morreu em 2008; ou por passar "demasiado tempo em viagens no estrangeiro", negligenciando tarefas diárias. É-lhe imputada a "péssima gestão" de casos como os de Richard Williamson, bispo do cisma lefbreviano e negacionista do Holocausto a quem foi levantada a excomunhão, e do sacerdote ultraconservador Gerhard Wagner que teve de renunciar ao cargo de bispo auxiliar de Linz depois de, na Áustria, ter qualificado o furacão Katrina como "castigo divino pela imoralidade dos habitantes de Nova Orleães".

Em 2009, o cardeal Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italiana, terá ido visitar o Papa para lhe "implorar" que afastasse Bertone - em vão. Em 2011, foi a vez de o padre espanhol Adolfo Nicolás, superior-geral vitalício da Companhia de Jesus, reencaminhar para Bento XVI correspondência de "grandes e influentes benfeitores", denunciando "o modo como o medo começa a ser paralisante no Vaticano e como o dinheiro guia certos pastores".

"Sei que quando um leigo aponta faltas, a reacção da Igreja é a de se unir para defender quem é criticado", afirma Nuzzi, reconhecendo que, apesar do "forte declínio do poder político de Bertone", Sua Santidade "pode atrasar" o seu afastamento, que alguns davam como provável. "O Papa não mudará o "primeiro-ministro" porque isso seria lançar uma sombra sobre o seu próprio pontificado", justifica o autor que, no livro (pág. 17), é mais explícito: "É sabido que pôr em causa, mesmo apenas em termos hipotéticos, a frágil aliança com o secretário de Estado seria um caminho sem retorno."

Nuzzi assegura que não tencionou "interferir nas escolhas" do que descreve como "um microscópico Estado de 44km2 onde não se cometem crimes, não se prende ninguém e se invocam concordatas para garantir imunidade". No entanto, logo no prefácio da sua obra, condescende que "o projecto de Bento XVI de diminuir [a influência da comunidade cardinalícia italiana no próximo conclave] opõe-se ao de Bertone". Durante a entrevista, é implacável com o secretário de Estado e a sua Ordem dos Salesianos. "Bertone é uma espécie de Sílvio Berlusconi", o ex-primeiro-ministro que agora promete voltar, após a demissão de Mario Monti, "o mais filovaticanista de todos os chefes de Governo de Itália".

À pergunta sobre se, ao expor os "pecados de Roma", não está a contribuir deliberadamente para enfraquecer os que desejam ver de novo um italiano no "trono de Pedro", a resposta de Nuzzi é esta: "Não foi o meu objectivo, mas desejo, sinceramente, que o próximo Papa não seja italiano. Preferia que fosse um chinês, porque daria um forte impulso à pequena comunidade de católicos na China e, talvez, acelerasse a democratização do país, como aconteceu na Europa de Leste com a escolha do polaco Karol Woytila!"

Para o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, o livro de Nuzzi "assume o carácter de acto criminoso". O Papa já criou uma comissão de inquérito para averiguar como os dossiers confidenciais, compilados por "secretários fidelíssimos", saíram do seu escritório. "Tenho algum medo, como toda a gente", confessa Nuzzi, que descreve os serviços de informação e segurança do Vaticano como os melhores e mais eficazes do mundo, graças aos israelitas da Mossad. "Não quero, todavia, ser conhecido pelos meus medos, mas pelo que escrevo. O medo é uma forma de marketing. Ser jornalista de investigação é como limpar vidros num arranha-céus. Se foi essa a minha escolha, não me posso queixar nem armar-me em vítima."

Opinião de Lecomte...

O francês Bernard Lecomte, autor de Les secrets du Vatican, leu Sua Santidade e esta é a sua análise, numa entrevista ao PÚBLICO, por email: "Nuzzi fez o que tinha de fazer. Ele obteve informações inéditas sobre o Papa e a Cúria Romana, e é normal que as publicasse. Que tenha procurado escrever uma obra sensacionalista não é escandaloso. Que tente "resguardar" a sua principal fonte também é legítimo. O seu livro não é uma invenção nem uma manipulação. A única crítica que se lhe pode fazer é a de que não se aprende grande coisa sobre temas que já conhecíamos. Há poucas informações novas ou extraordinárias. Além disso, desconfiemos das "bibilhotices" que animam habitualmente a Cúria Romana."

Embora também crítico de Bertone, a quem acusa de ser "mau governante que embaraça o Papa", o antigo editor de La Croix e de L"Express contextualiza: "Se a Igreja Católica tem 1200 milhões de fiéis, a Cidade do Vaticano é uma instituição pequena: 44 hectares, 2300 pessoas. Está confinada ao interior de alguns palácios romanos, sem grande comunicação entre os diferentes dicastérios. É lógico que este pequeno mundo suscite rumores, invejas e conspirações de corredores. E como o Vaticano pratica habitualmente o secretismo, isso suscita fantasmas. A imprensa italiana, especialista em "revelações" assombrosas, lança abundantemente rumores sem fundamento, um pouco como a imprensa britânica com a família real de Inglaterra."

"Ninguém imagina o Papa a ser pressionado a demitir-se, nem a fazer campanha por este ou aquele sucessor!", frisa o também blogger Lecomte, condecorado com a Legião de Honra francesa, aludindo a pressões nesse sentido em alguns media italianos. "O Vaticano não é um parlamento nem um partido político. É certo que as manobras no interior da Cúria visam, prioritariamente, Tarcisio Bertone, que não é uma figura com apoio unânime. O Papa, contudo, está acima de todas essas pequenas operações, que ele deplora e lhe dão problemas, os quais, aos 85 anos, ele bem dispensaria. Hoje, ninguém pode prever se o próximo Papa será italiano ou não: uma avaliação dos conclaves desde há dois séculos mostra que é impossível fazer prognósticos!"

Lecomte é da opinião de que "as pequenas manobras na Cúria Romana" interessam sobretudo aos italianos. No entanto, "elas contribuem, seguramente, para degradar a imagem da Igreja, embora o seu impacto seja muito menor do que, por exemplo, o escândalo de pedofilia que lança a suspeita sobre 400 mil padres de todo o mundo." Abalada pelos últimos acontecimentos que atingiram Bento XVI, como o caso Williamson ou a futura beatificação de Pio XII [cujo pontificado, de presumível silêncio perante a Shoah, é malvisto pelos judeus] a Cúria tenta, desde há dois anos, modernizar a comunicação do Vaticano: vejam como o Papa se pôs a "twittar". Mas uma instituição com dois milénios, por vezes arcaica, é muito difícil de reformar."

... e de Sandro Magister

Um outro vaticanista, o italiano Sandro Magister, é muito mais duro com Gianluigi Nuzzi, numa entrevista que deu ao PÚBLICO, também por email: "O interesse de Sua Santidade está apenas nos documentos publicados, todos autênticos, não na "narrativa" em que [o autor] os envolve; uma "narrativa" confusa e largamente controversa, escrita em moldes romanescos."

"Nuzzi não chegou aos documentos através de uma investigação especial; recebeu-os, pura e simplesmente", realça o jornalista da revista L"Espresso, formado em Teologia, Filosofia e História, autor de dois livros, La Politica Vaticana e l"Italia 1943-1978 e Chiesa Extraparlamentare - Il Trionfo del Pulpito. Quanto ao conteúdo dos documentos, a substância já era conhecida de muitos." Quanto ao timing de publicação, foi definido "pela fonte, que decidia "quando" entregaria as cartas. O comportamento e a mentalidade de Paolo Gabriele foram esclarecidos nos interrogatórios a que foi submetido antes e durante o processo. Desde 2006 que ele subtraía e acumulava documentos reservados, e pode admitir-se que terá escolhido entregar uma parte deles a Nuzzi depois de ter visto o sucesso do seu anterior livro, com documentos relativos ao IOR."

Para Magister, que, de 2008 a 2010, supervisionou a publicação de três volumes com as homilias de Bento XVI correspondentes a esses anos litúrgicos, "Gabriele nada tem de heróico; pelo contrário, revelou-se uma personalidade frágil e com grandes fantasias ("inspirado pelo Espírito Santo" para "purificar" a Igreja). O processo judiciário também indicou que à sua volta gravitavam personagens da Cúria Romana, como Ingrid Stampa [antiga governanta do Papa que traduziu para italiano um novo livro de Bento XVI sobre Jesus] ou o cardeal Paolo Sardi [pró-patrono da Ordem de Malta], que poderão ter alimentado as suas próprias fantasias."

"É difícil captar nas malhas deste processo os comportamentos de tais personagens", constata o consultor do canal televisivo da Conferência Episcopal Italiana. "Estes comportamentos são o reflexo do estado de confusão geral na Cúria Romana, dividida entre ambições pessoais e lutas de poder a vários níveis. Bertone é a principal vítima da confusão, mas também por motivos objectivos: sendo o "primeiro-ministro", é sobre ele que, inevitavelmente, recai a responsabilidade de uma ausência de governance. Seja como for, ele ainda está no seu posto: a publicação das cartas secretas não apressou e só atrasou o tempo da sua substituição."

"A mesquinhez da Cúria", prossegue Sandro Magister, "não é comparável, em gravidade, com o escândalo da pedofilia. As cartas publicadas por Nuzzi são quase incompreensíveis para um leitor comum e, em grande parte, tornam-se maçadoras. Se não fosse o romance "estilo Dan Brown" que as envolveu, não apaixonariam ninguém. O "sucesso" constante das viagens de Bento XVI, mesmo nos países aparentemente mais hostis, é a prova de que a autoridade moral deste Papa não foi arranhada pelos litígios dos prelados da Cúria. Este Papa está muito avançado na idade, e seleccionou drasticamente as coisas a fazer e a não fazer. Todas as suas energias são dedicadas à crise da fé e não, seguramente, à reforma da Cúria."

No final da entrevista, à pergunta sobre se a sua fé, como católico, foi abalada, Nuzzi responde, incomodado: "Após lerem o meu livro, os cristãos não se afastarão da Igreja, mas serão mais exigentes."

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