Mulheres são tratadas como crianças na Arábia Saudita

a A rígida segregação sexual que ainda existe na Arábia Saudita é uma política "totalmente discriminatória" e uma negação dos direitos fundamentais às mulheres, conclui um relatório divulgado ontem pela associação Human Rights Watch (HRW).As mulheres são tratadas como menores, sem autoridade sobre a sua vida ou a dos seus filhos, sublinha o estudo da HRW, elaborado a partir de 100 entrevistas feitas a mulheres no reino. Este é um país onde uma mulher que queira trabalhar, viajar, estudar, casar, beneficiar dos serviços de saúde ou ter acesso a qualquer serviço público tem que pedir uma autorização escrita ao seu guardião (masculino), que pode ser o seu pai, o seu marido ou mesmo o seu filho.
"O Governo sacrifica os direitos básicos do ser humano para manter o controlo dos homens sobre as mulheres", escreve no relatório Farida Deif, a investigadora da HRW para o Médio Oriente. "As mulheres sauditas não vão poder evoluir", acrescentou.
As autoridades sauditas são ainda acusadas de falhar o compromisso de garantir às suas mulheres e raparigas os direitos à educação, ao emprego, à liberdade de circulação, à saúde e à igualdade no casamento.
"Para as mulheres na Arábia Saudita chegar a adultas não significa adquirir direitos, só responsabilidades," acusou Deif.
O actual monarca, rei Abdullah, é por vezes descrito como um reformador cauteloso, mas continuam por fazer as prometidas reformas no reino dos santuários do islão e da rígida doutrina wahhabita. M.P.

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