Morreu Izzat Ibrahim, o "número dois" de Saddam

O anúncio da morte
do suposto "coordenador
da guerrilha"coincidiu
com uma visita-surpresa
de Rice ao Iraque

O ilegalizado partido Baas iraquiano anunciou ontem a morte de Izzat Ibrahim al-Douri, 63 anos, antigo "número dois" do regime de Saddam Hussein. Era dos homens mais procurados do Iraque e os americanos puseram a sua cabeça a prémio por dez milhões de dólares. Terá morrido de leucemia.Num comunicado enviado às agências, assinado por Baas socialista árabe - Comando do Iraque, anuncia: "O chefe da resistência e dos resistentes mujahedin morreu sexta-feira, 11 de Novembro, às 02h20. Após 50 anos passados na luta e nas trincheiras da jihad e da resistência, este cavaleiro do Iraque, chefe combatente dos mujahedin, entregou a alma a Deus." A autenticidade do texto não pôde ser imediatamente confirmada.
Izzat Ibrahim era o "rei de paus" no jogo das 55 cartas difundido pelos americanos com os responsáveis pelo antigo regime. Era o sexto nome mais procurado e a mais alta figura do regime ainda em fuga. Os americanos acusaram-no de ser o principal coordenador da rebelião saddamista, após 2003.
O comunicado não fala nas causas da morte, mas, segundo a BBC, tinha-lhe sido diagnosticada uma leucemia já há anos, de que teria aparentemente recuperado.
Tal como Saddam, nasceu na região de Tikrit. Era, ao lado de Taha Yassin Ramadan, hoje prisioneiro dos americanos, o último sobrevivente dos conspiradores que organizaram o golpe de Estado de 1968, que levou o Baas e Saddam ao poder.
Foi vice-presidente do Conselho de Comando da Revolução, a mais alta instância do regime. Como vice-comandante das Forças Armadas foi um dos responsáveis pelo extermínio de milhares de curdos por armas químicas em 1988 e pela repressão da revolta xiita em 1991.
Segundo o comunicado foi já nomeado um sucessor: "Para prosseguir a jihad, o comando regional do partido Baas decidiu confiar a Abdel Kader Talab al-Douri, adjunto do secretário-geral do partido, a responsabilidade de dirigir os grupos de resistência no conjunto do Iraque.

Rice em MossulNuma visita de surpresa ao Iraque, a secretária de Estado americano, Condoleezza Rice, fez ontem um veemente apelo aos árabes sunitas para que participem nas eleições de 15 de Dezembro, pedindo também a todos os iraquianos para que "trabalhem, para lá das linhas de divisão sectárias, na construção de um Iraque unido". Rice aterrou em Mossul (Norte), vinda do Bahrein onde começou uma digressão pelo Médio Oriente visando a propagação da democracia na região.

Sugerir correcção