Barack Obama já tem mais superdelegados e prepara combate com John McCain

Caiu o último argumento de Hillary Clinton. O senador do Illinois nem fez campanha Virgínia Ocidental

Obama evitou fazer campanha na Virgínia Ocidental para esvaziar de significado a vitória de Hillary, amanhã a O senador do Illinois, Barack Obama, já ultrapassou a sua rival pela nomeação democrata, Hillary Clinton, no número de superdelegados afectos à sua candidatura. A preferência dos legisladores e dirigentes era o último reduto de Clinton para tentar a nomeação às presidenciais de Novembro: está na mão destes representantes do partido atribuir a vitória a um dos concorrentes na Convenção Nacional de Denver, se nenhum desistir.
Obama conta agora com uma escassa diferença de mais três superde-
legados do que Clinton - à partida para o Iowa, a primeira votação de todas, Clinton tinha uma vantagem de mais de 100 nomes.
Ainda há pelo menos 200 superdelegados que não declararam a sua intenção de voto. Obama liderava já nos delegados eleitos (1591 contra 1426), nos estados e no voto (49,5 por cento contra 47 por cento). "É uma barreira psicológica difícil de ultrapassar", comentou o analista da Brokings Institution, Anthony Corrado.
Ontem, o estratego da campanha de
Obama, David Axelrod, garantiu na Fox News que um maior número de superdelegados deveria avançar com o seu apoio ao senador do Illinois nos próximos dias. "A corrida está a chegar ao fim", estimou.
No mesmo programa, o director da candidatura de Clinton, Howard Wolfson, alertou: "Cabe aos eleitores decidir, e não há nenhuma razão para que o processo não se desenrole até ao fim". "Se Obama quer forçar Hillary a sair, então tem de a bater na Virgínia, em Porto Rico, no Kentucky..."
Mas a mais do que previsível vitória de Hillary Clinton amanhã, na Virgí-nia Ocidental, pouco impacto deverá ter nesta fase final, onde estão em jogo pouco mais de 200 delegados. A candidatura de Obama evitou fazer campanha para esvaziar de significado a vitória da sua adversária, que também é favorita no Kentucky.
No primeiro dia de Junho, Porto Rico permanece uma incógnita: o eleitorado hispânico costuma favorecer Hillary, mas a população costuma votar no candidato indicado pelo governador. O governador apoiou Obama, mas, como está preso, pode ser que a sua influência não seja significativa. Antes, o candidato aposta num resultado convincente no Oregon, quando poderá garantir uma maioria no número de delegados eleitos (e eventualmente proclamar vitória).
Antecipando a campanha para Novembro, a sua candidatura está já a desviar a sua atenção para o combate político contra o nomeado republicano John McCain, que disputará com o democrata os votos do "centro" dos indecisos dos dois partidos e dos in-
dependentes - o conservador é, ago-
ra, o principal alvo dos anúncios publicitários de Obama.
Ontem, o senador disse achar "mui-
to boa" a proposta avançada pelos apoiantes de McCain para que os dois debatam em vários fóruns sem moderador durante o Verão.

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