Antigo rebelde Ramzan Kadirov assume presidência da Tchetchénia

a O chefe de poderosas milícias acusadas de vários crimes Ramzan Kadirov, 30 anos, tomou ontem posse como presidente da Tchetchénia, com a bênção de Moscovo. A Itar-Tass informou que Kadirov - que é também o homem creditado pela reconstrução de Grozni - falou russo, jurou sobre a Constituição tchetchena e o Alcorão."Eu , no quadro das minhas prerrogativas de presidente da Tchetchénia, devo respeitar e fazer respeitar os direitos e a liberdade do homem e do cidadão, defender o direito do povo multiétnico da Tchetchénia, servir fielmente o povo e respeitar e defender a Constituição da Tchetchénia", disse Kadirov na cerimónia na segunda cidade, Gudermes. As forças de Kadirov são acusadas por ONG russas e ocidentais de crimes como tortura, raptos e assassínios na província do Cáucaso.
"Agradeço ao Presidente Vladimir Putin, tenho consciência do peso da responsabilidade", afirmou ainda Kadirov, que era já de facto o líder da Tchetchénia desde meados de Fevereiro.
Desde os 16 anos que Kadirov chefiava uma milícia que lutava, na altura, contra o domínio russo da Tchetchénia. Mas nos anos 1990 mudou de lado e passou a apoiar Moscovo - tal como o seu pai, Akhmad Kadirov, que foi entretanto eleito líder da província em 2003 e assassinado no ano seguinte.
O jornalista especializado em assuntos russos da BBC Steven Eke nota que a política de Moscovo na Tchetchénia não está isenta de riscos: pôr os habitantes da província uns contra os outros serve agora ao Kremlin porque a curto prazo traz uma paz que é, no entanto, tão frágil que desembocará numa inevitável guerra civil no longo prazo.
Kadirov jurou sobre a Constituição e o Alcorão. ONG acusam as suas forças de crimes: raptos, torturas, assassínios

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