Câmara do Porto paga cerca de 4000 euros à irmã do vice-presidente Castello-Branco

Autarquia responde que, em contrapartida, poupou três milhões de euros por ano na gestão do Rivoli

a O PCP denunciou ontem que a Câmara do Porto paga "uma avença mensal de 3790 euros mais IVA" (45.480 euros anuais), por funções que consideram "risíveis", a Raquel Castello-Branco, irmã do vice-presidente da autarquia, Álvaro Castello-Branco. Um vencimento "escandaloso", diz Belmiro Magalhães, responsável pelo PCP Porto. "Queremos denunciar a mentira que é o doutor Rui Rio dizer que é rigoroso e poupado e depois andar assim com meia dúzia de amigalhaços a quem paga principescamente", sublinha Artur Ribeiro, eleito da CDU na Assembleia Municipal do Porto.Em conferência de imprensa, os comunistas voltaram a recordar outros casos já tornados públicos como o do chefe de gabinete de Rui Rio, Manuel Teixeira, "com um vencimento superior ao do Presidente da República". Ou o de Poças Martins, presidente da comissão de reestruturação da Águas do Porto, "que recebe 12.500 euros mensais de avença". A engenheira alimentar Raquel Castello-Branco tem como funções "acompanhar, supervisionar e garantir o cumprimento" dos contratos de ocupação do Rivoli, apresentar um relatório mensal da sua própria actividade e "emitir factura ou recibo por cada pagamento efectuado pelo município".
Para Rui Sá, vereador da CDU na Câmara do Porto, nem sequer se justifica ter contratado uma pessoa para desempenhar tais funções. "Se há coisa que não falta na Câmara do Porto são funcionários competentes para fazer estas tarefas", afirmou. O autarca recordou que Raquel Castello-Branco fez parte da comissão de gestão do Rivoli criada em finais de 2006 no seguimento da extinção da Culturporto. Foi depois contratada para as suas actuais funções após o fim dessa comissão de gestão.
Na resposta às acusações da CDU, a Câmara do Porto explica apenas que "a representante da autarquia no Rivoli auferiu um vencimento de 3250 euros brutos ao longo de 14 meses ou 3790 euros brutos pagos em 12 meses, por se tratar de um contrato de avença".
Sem comentar o facto de Raquel Castello-Branco ser irmã do vice-presidente da Câmara do Porto, a autarquia pergunta se o PCP "considera esta verba um escândalo", então o que diz "sobre os três milhões de euros que a CMP transferia anualmente para o Rivoli/Culturporto, quando o actual executivo tomou posse há mais de seis anos"?

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